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Jornalista venezuelano-espanhol é libertado em Caracas pelo SNTP

13/03/2019 04h20

Caracas, 13 mar (EFE).- O jornalista venezuelano-espanhol Luis Carlos Díaz, detido na tarde de segunda-feira em Caracas, por conta de uma investigação sobre a queda de energia que afetou o país na última quinta-feira, foi libertado na terça, com medidas cautelares, informou o sindicato dos jornalistas.

De acordo ao Sindicato de Trabalhadores de Imprensa da Venezuela (SNTP, na sigla espanhol), Díaz foi acusado de "incitação ao crime" e foi libertado com a obrigação de comparecer aos tribunais a cada oito dias.

Além disso, ele foi proibido de deixar o território sem autorização e não poderá testemunhar sobre seu caso enquanto o processo durar.

"O julgamento está em curso, eu não posso dar declarações, obviamente, mas posso continuar a fazer jornalismo", confirmou o próprio jornalista, quando deixava os tribunais.

Familiares e amigos de Díaz relataram seu desaparecimento na tarde de segunda-feira, mas somente na madrugada de ontem sua prisão foi divulgada.

Díaz, conhecido não apenas por ter vários programas de rádio, mas também por fornecer informações em suas redes sociais, foi acusado pelo líder governista Diosdado Cabello - considerado o "número 2" do chavismo - de estar por trás da suposta "sabotagem" ao sistema elétrico que deixou ao país às escuras na última quinta-feira.

Cabello divulgou um vídeo de um programa de rádio de Díaz no qual ele oferece conselhos sobre como é possível manter-se informado e ao mesmo tempo divulgar informações no meio do "apagão" informativo que o país vive durante o blecaute.

Naky Soto, esposa de Díaz, denunciou as buscas em sua residência durante a madrugada de terça-feira.

Pelo blecaute, o governo de Nicolás Maduro também acusou os Estados Unidos e a oposição local, que não reconhece a legitimidade de seu novo mandato. EFE