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Erdogan volta a usar vídeo de massacre apesar de pedido da Nova Zelândia

22/03/2019 11h51

Istambul, 22 mar (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a utilizar nesta sexta-feira, durante um comício eleitoral, o vídeo do massacre cometido em duas mesquitas da Nova Zelândia, horas depois que o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Winston Peters, garantiu que a gravação não seria exibida.

Peters foi a Istambul convidado pela Turquia para participar de uma cúpula extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), dedicada ao ataque terrorista em Christchurch (Nova Zelândia), que matou 50 pessoas.

Desde o dia do atentado, Erdogan exibe em seus comícios eleitorais trechos do vídeo gravado pelo agressor, no qual ele atira contra pessoas em uma mesquita.

Em princípio, era esperado que Peters abordasse o assunto com o governo turco, mas, na entrevista coletiva pós-cúpula, o ministro neozelandês declarou que não tocou no tema "porque isso não teria nenhum objetivo pacífico no longo prazo".

Além disso, o ministro explicou que tinha recebido anteriormente "informações muito tranquilizadoras do gabinete do presidente" turco.

Diante das perguntas dos jornalistas sobre se tinha pedido a Erdogan que desistisse de exibir o vídeo, Peters respondeu: "Não, não pedi, porque senti que não tinha que pedir, pois eles já não o fazem mais".

No entanto, horas depois, o líder turco voltou a projetar as imagens do massacre durante um comício para as eleições municipais de 31 de março realizado na cidade de Konya.

Erdogan costuma exibir essas imagens acompanhadas de comentários dirigidos contra o líder da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, que após o atentado de Christchurch pediu uma reflexão sobre o "terrorismo que surge dos países islâmicos". EFE