Investigação de Mueller não encontra provas que incriminem Trump
Hernán Martín e Alex Segura.
Washington, 24 mar (EFE).- A investigação do procurador especial Robert Mueller não encontrou provas que incriminem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nem por ter conspirado com a Rússia nas eleições de 2016 nem por ter obstruído a justiça, mas deixou aberta a possibilidade desta última acusação.
"A investigação do procurador especial não detectou que a campanha de Trump ou alguma das pessoas relacionadas a ela conspirou ou coordenou com a Rússia esforços para influenciar nas eleições presidenciais dos EUA de 2016", escreveu Barr em carta enviada à Câmara dos Representantes e ao Senado.
De acordo com Barr, Mueller indicou que "embora este relatório conclua que o presidente (Trump) não cometeu um crime, tampouco o exonera". Dessa forma, o documento divulgado neste domingo deixa "sem resolver se as ações e a intenção do presidente podem ser vistas como uma obstrução" à Justiça.
Barr argumentou que ele e o procurador-geral adjunto, Rod Rosenstein, concluíram que o material reunido por Mueller "não é suficiente para estabelecer se o presidente cometeu uma ofensa de obstrução da justiça".
Depois da divulgação das principais conclusões do relatório, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o documento representa a "total e completa exoneração" de Trump.
"O procurador especial não encontrou nenhuma conspiração nem nenhuma obstrução. As conclusões do Departamento de Justiça são uma exoneração total e completa do presidente dos Estados Unidos", comentou Sanders pelo Twitter.
A publicação das conclusões de Mueller põe fim a dias de especulações, após o procurador especial ter encaminhado o relatório ao Departamento de Justiça na sexta-feira.
Nem Trump nem ninguém na Casa Branca recebeu com antecedência o relatório de Mueller, explicou o porta-voz presidencial Hogan Gidley.
Membros do Congresso, a maioria democratas, mas também alguns republicanos, pediram a divulgação de todo o relatório, que gerou muita expectativa nos EUA.
Mueller anunciou que após o encerramento da investigação, que durou quase dois anos, não planejava apresentar mais acusações em relação a este caso.
O procurador-geral Barr, nomeado por Trump em dezembro do ano passado após a demissão de Jeff Sessions, não se comprometeu em nenhum momento a divulgar o relatório quando o recebesse.
Por causa desta investigação, 34 pessoas foram acusadas, incluindo seis ex-assessores de Trump (Paul Manafort, Rick Gates, George Papadopoulos, Michael Cohen, Michael Flynn e Roger Stone) e 26 russos que provavelmente não serão julgados porque os Estados Unidos não têm acordo de extradição com a Rússia.
O relatório de Mueller não inclui novas acusações e descarta a possibilidade de Trump ficar sujeito a uma acusação revelada quando deixar a presidência, mas é possível que o conteúdo do documento derive em acusações apresentadas pelas procuradorias de outros estados.
Nos últimos dois anos, Trump insistiu que esta investigação consistiu em uma "caça às bruxas" acionada pela oposição democrata e sempre negou que na campanha eleitoral tenha havido um complô entre a sua equipe e o governo russo. EFE
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