Ex-presidente argentino é condenado a 3 anos e 9 meses de prisão por fraude
Buenos Aires, 27 mar (EFE).- A Justiça da Argentina condenou nesta quarta-feira o ex-presidente Carlos Menem a três anos e nove meses de prisão por fraude na venda de um imóvel.
O ex-ministro da Economia, Domingo Cavallo, também foi condenado a três anos e seis meses de prisão por participação em crime de peculato e inabilitado para exercer cargo público pelo resto da vida
Por ser senador, Menem tem imunidade parlamentar e só será preso caso os colegas de Senado votem para autorizar sua prisão.
Os juízes da Suprema Corte consideraram que Menem e Cavallo cometeram fraude ao vender na década de 1990 um imóvel que pertencia ao Estado no bairro de Palermo, um dos mais badalados de Buenos Aires, à Sociedade Rural Argentina (SRA) por US$ 30 milhões.
No momento da venda, o valor de mercado do imóvel era de US$ 131,8 milhões porque a Argentina adotava na época uma política de paridade cambial com a moeda americana.
Por esse motivo, a Suprema Corte decidiu que o valor acertado para a venda constituiu um crime de peculato, ou seja, desvio de recursos públicos.
Outros dez acusados foram julgados pela Suprema Corte da Argentina hoje, entre eles dois ex-presidentes da SRA e integrantes da Comissão de Venda de Imóveis Estaduais do Ministério da Economia.
Matías Ordóñez e Gastón Figueroa Alcorta, os dois membros da comissão governamental, também foram condenados a três anos de prisão por serem considerados cúmplices do crime de peculato.
O caso ocorreu há 27 anos. Em 20 de dezembro de 1991, Menem assinou um decreto no qual autorizou a venda direta do imóvel em Palermo para a SRA, um dos principais sindicatos patronais do país.
A primeira denúncia sobre a venda irregular foi registrada em 199, mas o ex-presidente e o ex-ministro de Economia só foram processados em 2014. EFE
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