Argelinos pedem saída do chefe de Governo em mais uma sexta-feira de protesto
Argel, 29 mar (EFE).- Centenas de milhares de argelinos começaram a se reunir hoje nas praças e ruas das principais cidades do país na sexta sexta-feira consecutiva de protestos contra o presidente do país, Abdulaziz Bouteflika, e seu círculo de poder.
Esse círculo tinha nesta sexta-feira um nome próprio: às palavras de ordem frequentes de "Não pararemos até que o regime caia, Bouteflika vá embora!", os manifestantes acrescentaram gritos contra o chefe do Exército, general Ahmed Gaïd Salah, um dos homens mais duros do sigiloso entorno do presidente.
Esta semana, Salah sugeriu como saída para a crise a aplicação do artigo 102 da Constituição, que permite afastar o presidente, gravemente doente desde 2013, por razões de saúde.
Uma opção que em seguida foi descartada pelos opositores, decididos a controlar o período de transição sem interferência do clã "do presidente".
A implementação do artigo 102 passaria a chefia de Governo ao presidente do Senado, Abdelkader Bensalah, um dos mais firmes defensores da continuidade de Bouteflika, de 82 anos, à frente do país.
"É mais um truque do regime. Não vão nos enganar, devem ir embora e fazê-lo já", explicou à Agência Efe Ahmad B., professor em Hydra, um dos bairros ricos da capital, que recebe toda sexta-feira a manifestação, chamada de Grand Post.
Da mesma forma que nas sextas-feiras anteriores, as manifestações acontecem em um ambiente de festa e pacífico, escoltadas por um amplo esquema de segurança, que vigia os grupos que chegam ao centro de Argel vindos de diferentes bairros da cidade. EFE
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