Procuradores da Lava Jato não veem ligação de Cartes com doleiro brasileiro
Assunção, 4 abr (EFE).- Procuradores brasileiros que fazem parte da força-tarefa da Operação Lava Jato afirmaram nesta quinta-feira, no Paraguai, que não encontraram provas que liguem o ex-presidente Horacio Cartes ao doleiro brasileiro Dario Messer.
Os procuradores José Augusto Simões Vagos e Rodrigo Timóteo da Costa, membros do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, se reuniram hoje com os promotores paraguaios responsáveis pelo chamado "caso Messer", René Fernández e Liliana Alcaraz.
O objetivo do encontro, segundo o Ministério Público do Paraguai, foi compartilhar provas que permitam a conclusão do caso no país. Já os procuradores brasileiros disseram que a viagem também servirá para cumprir a ordem de captura internacional contra Messer, acusado de movimentar ilegalmente mais de US$ 1,6 bilhão em 52 países.
No encontro, Vagos e Timóteo explicaram que nas investigações contra Messer não apareceram vínculos entre o doleiro e Cartes.
Uma comissão parlamentar de inquérito formada por senadores e deputados paraguaios pediu na segunda-feira que a Justiça investigue Cartes pelas ligações com Messer, amigo pessoal do ex-presidente.
No relatório final sobre o doleiro, os parlamentares também recomendaram que o Ministério Público analise a participação de entidades como o Banco Nacional de Fomento, o Banco Basa, o Itaú e várias casas de câmbio como instituições que teriam operado dentro da rede de lavagem de dinheiro de Messer.
O ex-presidente foi convocado a depor na CPI em duas oportunidades, mas não atendeu aos pedidos dos parlamentares. No entanto, se ofereceu a prestar esclarecimento por escrito, algo que foi negado pelos integrantes da comissão bicameral.
Messer, o filho do doleiro e um primo de Cartes foram acusados à revelia por terem movimentado US$ 40 milhões em operações irregulares no país. A movimentação teria ocorrido através de três empresas das quais eles eram acionistas. O Ministério Público Federal, no entanto, diz que US$ 100 milhões foram lavados no Paraguai. EFE
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