Ato contra "autoritarismo" de presidente sérvio atrai multidão em Belgrado

Milhares de pessoas protestam hoje em Belgrado, na Sérvia, dia em que o ciclo de manifestações de oposição ao presidente do país, Aleksandar Vucic, completa quatro meses. A multidão acusa o mandatário de governar com "autoritarismo", segundo as palavras de ordem do público presente.

Belgrado recebeu participantes de todos os cantos do país, que se concentraram em frente ao Parlamento, com o lema "Todos por um", mesmo com frio e um pouco de chuva.

De acordo com o Ministério de Interior, 7.500 estavam presentes. Os organizadores afirmam que a quantidade foi "muito superior", já que a praça em frente ao Parlamento e o parque ao lado estavam lotados.

A manifestação começou e vai terminar no mesmo ponto. Ao final, líderes da oposição vão discursar. O protesto ocorre sem incidentes e sem a presença da polícia nas ruas, até o momento.

Entre as frases ditas, o público grita "Renúncia" e "Fora, Vucic" acompanhados de bumbos que tocam no palco. Os organizadores acusam a Vucic de querer controlar todo o poder e tentar impedir qualquer crítica.

Durante o protesto, os sérvios pediam mais liberdade de expressão, maior democratização e mais pluralismo político. Além disso, foi solicitada a formação de uma comissão conjunta do governo e da oposição para definir as condições para eleições justas.

Para a oposição, a concentração de hoje marcará uma nova fase dos protestos, já que o número de participantes pode dar um novo impulso às mobilizações semanais, que foram enfraquecendo nas últimas convocações. As autoridades, por sua vez, afirmam que a oposição quer tomar o poder nas ruas, sem eleições.

Vários partidos opositores de diferentes orientações, da extrema-direita a esquerda, reunidos na Aliança para a Sérvia (SZS), lideram agora os protestos, que inicialmente eram convocados através das redes sociais e que têm acontecido em várias cidades da Sérvia.

Estas mobilizações são as maiores desde que o Partido Progressista Sérvio (SNS), de Vucic, chegou ao poder em 2012. No entanto, o apoio a ele se mantém em 55%, conforme pesquisas publicadas ontem, que mostram que o SZS está com 12%.