Topo

Ex-ditador da Tunísia nega estar prestes a morrer e promete volta ao país

15/05/2019 12h12

Túnis, 15 mai (EFE).- O ex-presidente da Tunísia Zine El Abidine Ben Ali, que se refugiou na Arábia Saudita após ser destituído, desmentiu, por meio de uma carta divulgada nesta quarta-feira, as informações de que está prestes a morrer e que já havia planos para um funeral em Túnis.

O texto foi tornado público nas redes sociais, através do advogado do ex-ditador, que acusou adversários políticos de o usarem como instrumento político e prometeu voltar ao território tunisiano em algum momento da vida.

"Se evitei fazer qualquer declaração desde que fui obrigado a deixar meu país, é porque isso iria gerar mais confusão na Tunísia. É impossível eu deixar que usem meu nome com objetivos políticos", afirmou Ben Ali na carta.

O ex-presidente ainda conclamou os tunisianos a proteger e salvar o país da grave situação econômica atual e a defender o legado dos 23 anos em que esteve no poder, em que garantiu ter liderado a Tunísia como honestidade.

"Tive a sorte de assumir a responsabilidade nacional de dirigir a Tunísia e estarei diante de Deus e diante da História para ser julgado, sobre o que fiz e o que não fiz. Não fizemos demagogia, como fizeram aqueles que nos sucederam. Não tentamos usar o passado para justificar nossa legitimidade", garantiu.

Ben Ali foi o primeiro dos ditadores a cair durante as chamadas "Primaveras Árabes", uma série de revoltas populares, que se estenderam a outros países como Egito, Líbia e Síria. EFE