Presidente albanês cancela pleito local; oposição pede renúncia de chanceler
Tirana, 8 jun (EFE).- O presidente da Albânia, Ilir Meta, cancelou neste sábado a realização das eleições locais previstas para 30 de junho, em uma queda de braço com o governo do socialista de Edi Rama e no meio de uma nova manifestação da oposição para pedir a renúncia do primeiro-ministro.
Meta disse que a decisão foi motivada pela "situação crítica criada pela falta de reflexão" das partes e pela necessidade de uma "urgente" melhora da situação diante do risco de uma "escalada imprevisível do conflito no país". Rama, por sua vez, não aceitou e afirmou que as eleições locais acontecerão na data prevista, como estipula a Constituição.
"O presidente se equivocou. As eleições acontecerão em 30 de junho", disse Rama, que convocou para esta noite uma reunião emergencial com o grupo parlamentar socialista.
A decisão do presidente, inédita no país, acontece depois que os opositores Partido Democrático (PD), Movimento Socialista para a Integração (LSI) e outras formações menores aliadas boicotaram o processo eleitoral e ameaçaram impedir a votação usando de força.
Pouco antes do anúncio de Meta, ex-líder do LSI dirigido agora pela sua mulher, Monika Kryemadhi, os Estados Unidos advertiram aos líderes opositores que se eles impedissem o processo eleitoral teriam proibiria a entrada em território americano.
"Advertimos aos líderes opositores que não obstruam o processo eleitoral, porque seria motivo para não se qualificarem para entrar nos Estados Unidos. Quero ser muito claro com o senhor (Luzim) Basha (líder do PD) e com a senhora Kryemadhi e outros nos seus partidos: se acontecer violência nos próximas protestos, eles serão os responsáveis. As manifestações violentas estão prejudicando os esforços da Albânia para reformas democráticas, assim como a perspectiva do país de avançar no caminho para a União Europeia", disse hoje Matthew Palmer, o assistente adjunto do secretário de Estado americano, em entrevista ao canal albanês "Top Channel".
A oposição entregou as suas cadeiras no Parlamento e desde fevereiro está organizando manifestações violentas para exigir a queda do governo socialista, que eles acusam de corrupção e manipulação do resultado das eleições parlamentares de 2017.
Diante dos milhares de manifestantes que voltaram hoje a protestar na porta da sede do governo, o líder do PD, Luzim Basha, apoiou a decisão do presidente e afirmou que esse é resultado da união dos partidos que estão fazendo resistência. Ele disse ainda que a oposição está decidida a levar adiante a batalha até a saída de Rama, classificada de "inegociável".
O primeiro-ministro rejeitou todas as acusações da oposição. Segundo ele, o objetivo é desestabilizar o país, impedir a implantação da reforma do Judiciário e dificultar a abertura das negociações de adesão à União Europeia.
No protesto de hoje novos enfrentamentos entre grupos violentos foram registrados. A Polícia respondeu com gás lacrimogêneo e canhões de água.
A comunidade internacional condenou firmemente e em repetidas ocasiões os atos de violência dos manifestantes e pediu que as partes comecem um diálogo construtivo para encontrar uma solução.
A União Europeia e os Estados Unidos condenaram o boicote parlamentar da oposição e solicitaram a sua participar nas eleições locais. EFE
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