Autoridades russas detêm quase 100 pessoas em manifestação de apoio a Golunov
Moscou, 12 jun (EFE).- As autoridades da Rússia detiveram nesta quarta-feira quase 100 pessoas, entre elas o líder opositor Alexei Navalny, durante uma manifestação não autorizada organizada em apoio ao jornalista Ivan Golunov e contra casos supostamente fabricados pelo governo para calar vozes críticas.
Segundo o portal informativo "OVD", após uma hora e meia de manifestação pelo centro de Moscou, 94 pessoas foram detidas, entre elas jornalistas e alguns menores de idade.
Um grande dispositivo policial foi desdobrado ao longo da rota da manifestação, que levava ao Ministério do Interior da Rússia, onde os agentes fecharam a passagem aos manifestantes.
Entre os detidos está Navalny, que escreveu no Twitter, junto com uma fotografia que registra o momento de sua prisão, que as "detenções maciças" são resultado do temor "terrível" do governo diante da fantástica e "unânime expressão de solidariedade no caso Golunov".
As autoridades de Moscou não autorizaram a realização da manifestação, dado que não poderia garantir a segurança em um dia que coincide com o Dia da Rússia.
O Departamento de Segurança Regional e Anticorrupção de Moscou afirmou à agência de notícias "Interfax" que, em reunião ontem à noite com os organizadores do protesto, estes "foram notificados sobre a responsabilidade de realizar um evento público não autorizado de acordo com a legislação vigente".
Por outro lado, a cidade de Moscou autorizou uma manifestação para o dia 16 na capital russa.
Os organizadores tinham indicado, por sua vez, que, diante da falta de acordo com a prefeitura para garantir a segurança, deixavam nas mãos de cada cidadão a decisão de participar ou não do evento.
O próprio jornalista, que foi libertado na terça-feira por falta de provas sobre a suposta tentativa de tráfico de drogas, não compareceu à manifestação porque precisava se recuperar.
A diretora do portal "Meduza", para o qual trabalha Golunov, Galina Timchenko, explicou à Agência Efe que o jornalista "está bem agora, se recuperando hoje, dormindo e tendo reuniões com advogados".
Timchenko disse que ela e outros companheiros de Golunov compareceram "a esta ação para agradecer o apoio mostrado a Ivan e demonstrar que estamos aqui e que somos muitos".
Golunov, de 36 anos, foi detido em Moscou no último dia 6 de junho, depois que a polícia supostamente achou drogas em sua mochila e em sua casa. Dois dias depois, um tribunal decretou prisão domiciliar para o jornalista, que após a detenção denunciou ter recebido uma surra e permanecido incomunicável por 16 horas.
No entanto, os investigadores não acharam as impressões digitais do jornalista nas provas coletadas em sua casa e também não foi possível demonstrar a presença de entorpecentes nas análises de urina e de unhas realizadas em Golunov, que acusou os agentes de terem "plantado" a droga para incriminá-lo. EFE
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