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EUA acusam Maduro de comprar apoio da Rússia com recursos públicos

16/06/2019 15h27

Washington, 16 jun (EFE).- O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Bolton, acusou neste domingo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de esbanjar fundos públicos para "comprar" o apoio da Rússia, apesar de "centenas de milhares de venezuelanos" sofrerem com a escassez de recursos.

"Maduro esbanjou de maneira vergonhosa os recursos da Venezuela. Em maio, enquanto centenas de milhares de venezuelanos passavam fome, Maduro deu à Rússia US$ 209 milhões por um contrato de defesa para assim comprar seu apoio", denunciou Bolton na sua conta oficial do Twitter.

"Os venezuelanos anseiam uma liderança autenticamente democrática, não a repressão", completou o funcionário americano.

A presença de pessoal russo na Venezuela causou inquietação nos EUA e em outros países, e Washington chegou a pedir a Moscou que retire estas pessoas do país sul-americano.

No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou no último dia 6 de junho que Moscou não está criando bases militares nem enviando tropas à Venezuela, mas reconheceu que "deve honrar suas obrigações contratuais" com o país quanto à manutenção dos equipamentos subministrados anteriormente.

O presidente Donald Trump deve se reunir com Putin durante a Cúpula do G20 no final deste mês em Osaka (Japão) e a expectativa é que na agenda esteja o tema da Venezuela, onde os EUA respaldam - como outros 50 países - o líder opositor Juan Guaidó, enquanto a Rússia mantém seu apoio a Maduro.

O governante americano já advertiu que a Rússia tinha que "sair" da Venezuela em março, quando dois aviões com 100 militares russos aterrissaram perto de Caracas para o que Moscou descreveu como uma missão de manutenção de equipamentos subministrados à Venezuela.

No entanto, Trump evitou um confronto aberto com Putin e, depois de falar com ele por telefone há um mês, chegou ao ponto de contradizer seu governo e assegurar que o presidente da Rússia não estava "pensando em absoluto em envolver-se na Venezuela".

Neste sentido, Putin assinalou que a Rússia está contra a ingerência nos assuntos internos da Venezuela.

A tensão na Venezuela aumentou desde que, no último dia 23 de janeiro, o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino do país por considerar Maduro ilegítimo após ser reeleito em pleitos que a oposição tacha de "fraudulentos".

Esta ação acelerou a crise política na Venezuela, devido ao fato que boa parte da comunidade internacional, como os Estados Unidos e vários países europeus e latino-americanos, deram seu apoio a Guaidó e pressionam pela convocação de novas eleições. EFE