Saí gritando 'salve-se quem puder', diz morador de pensão em Porto Alegre
Dois moradores da pensão que pegou fogo em Porto Alegre na madrugada de hoje relataram como foi o momento do incêndio. Ao menos dez pessoas morreram.
O que aconteceu
Jorge Antônio Ferreira disse ao UOL que foi ele quem avistou o fogo. Já Juliana da Silva disse que, antes do incêndio, faltava luz no prédio.
"Com o barulho, o estrago, eu gritei, subi as escadas correndo, gritando: 'Fogo, salve-se quem puder'", contou Jorge.
Os dois se queixaram da má condição do imóvel, e da falta de amparo do dono do local. "Nós pagamos R$ 900 num quartinho que é um lixo, tem barata [que] comia todas as nossas comidas", disse Ferreira. "Estamos desde ontem sem comer e eles não estão dando a mínima para nós, o dono nem lá não se encontra."
Doreni Silva Constante, que morava no local há um ano, também disse precisar de assistência. "Estou nervosa, tenho depressão, estou atacada de medo", disse.
Dez pessoas morreram, e sete foram hospitalizadas após incêndio. O imóvel fica localizado na avenida Farrapos, no bairro Floresta.
Convênio com a prefeitura, mas irregular
Local funcionava de forma irregular, mas tinha convênio com a Prefeitura de Porto Alegre, informou o tenente-coronel do Batalhão do Corpo de Bombeiros Lúcio Junes da Silva.
O prefeito de Porto Alegre disse que vai analisar os documentos do convênio. "A prefeitura vai aportar todos os documentos que tem na Fasc [órgão responsável pelos contratos]", disse Sebastião Melo (MDB). Segundo o prefeito, a relação da prefeitura com a empresa ocorre desde 2017 e uma nova licitação foi registrada no ano passado.
Defesa Civil ainda vai determinar a causa do fogo. O chefe do órgão, Evaldo de Oliveira Junior, disse ao UOL que existe a hipótese de que o fogo tenha sido criminoso, mas que só a perícia vai dizer qual foi o motivo.
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