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Grupo armado indígena reivindica assassinato de brasileiro no Paraguai

09/07/2019 10h18

Assunção, 9 jul (EFE).- Um grupo armado supostamente formado por indígenas, e até agora desconhecido pelas autoridades paraguaias, assumiu a autoria do assassinato na noite de segunda-feira de um cidadão brasileiro que administrava uma exploração agropecuária no leste do Paraguai, informaram nesta terça-feira as Forças Armadas do país.

Cerca de 20 homens que portavam armas longas e curtas e supostamente pertencentes à chamada "Brigada Indígena contra Matones de Estancia" atacaram na noite de segunda-feira a fazenda situada nos arredores da cidade de Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil.

O grupo tinha como objetivo matar o administrador, identificado como Avelino Camargo, segundo o comunicado do Comando de Operações de Defesa Interna do Paraguai.

De acordo com a fonte, os agressores afirmaram aos funcionários do sítio que tinham ido ao local para "executar o administrador".

Além disso, o grupo queimou diversas máquinas agrícolas, tratores, duas caminhonetes e várias dependências da fazenda.

As Forças Armadas paraguaias também disseram que entre os agressores havia várias pessoas com "traços indígenas", que como os demais tinham o rosto coberto e vestiam uniformes camuflados.

Antes de fugir, o grupo deixou vários panfletos assinados pela "Brigada Indígena contra Matones de Estancia", um grupo desconhecido até o momento.

Alguns meios de comunicação locais relacionaram este grupo com a guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), que tem antecedentes de ataques a fazendas que utilizam produtos agrotóxicos nas plantações de soja.

Essa possível relação surgiu diante da suposta participação no ataque de Osvaldo Villalba, um dos líderes do EPP que teria sido identificado por alguns trabalhadores da fazenda.

Muitas fazendas de propriedade de cidadãos brasileiros têm como peões membros de comunidades indígenas do Paraguai.

O EPP é financiado através de sequestros, que nos últimos anos tiveram como alvo membros das comunidades do norte do Paraguai, onde opera a guerrilha.

Na semana passada se completaram cinco anos do sequestro por parte do EPP do suboficial da Polícia Nacional Edelio Morínigo, que segue em paradeiro desconhecido.

O governo também não tem dados sobre o criador de gado Felix Urbieta, que foi sequestrado em outubro de 2016 por uma facção do EPP. EFE