China defende detenção de canadenses e exige libertação de diretora da Huwaei
Pequim, 23 ago (EFE).- Pequim rebateu nesta sexta-feira o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e classificou de "farsa política" a detenção no Canadá da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, ao mesmo tempo que defendeu a detenção dos dois canadenses presos na China.
Pompeo classificou de "erro" na quinta-feira as detenções do ex-diplomata Michael Kovrig e do empresário Michael Spavor, ambos detidos no país asiático pouco depois que o Canadá deteve Meng em 1 de dezembro de 2018, e acrescentou que "a China tem que honrar os compromissos que fez com o mundo".
Pompeo, que chegou ontem ao Canadá para se reunir com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e com a ministra das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, declarou que a Secretaria de Estado "está concentrada em ajudar na libertação" dos dois canadenses.
"Estes comentários distorcem os fatos. Kovrig foi detido por roubar segredos estatais e Spavor por colher e vender segredos estatais a forças estrangeiras. A China é regida por uma lei e estes casos ocorreram de acordo com a lei. Estes casos não têm nada a ver com os EUA", afirmou hoje o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Geng Shuang em entrevista coletiva.
Geng voltou a pedir a libertação imediata de Meng, presa a pedido dos EUA, que quer sua extradição porque é acusada de fraude para burlar as sanções econômicas impostas por Washington ao Irã.
Meng é obrigada a residir em Vancouver enquanto durar o processo judicial para determinar se será extraditada aos Estados Unidos.
"Sua detenção é uma farsa, um caso completamente politizado. Os EUA usaram a detenção para oprimir as companhias de tecnologia chinesa e o Canadá teve um papel ignominioso em tudo isto. O de Meng é um grave incidente político. Os canadenses estão detidos por terem cometido crimes, acusados de pôr em perigo a segurança nacional", afirmou o porta-voz chinês.
A China solicitou de forma reiterada a libertação de Meng e está exercendo pressão política e comercial sobre o Canadá, limitando as exportações canadenses ao país, para conseguir que a executiva da Huawei fique em liberdade e não seja extraditada aos EUA.
"Pedimos de novo às partes envolvidas que escutem a posição da China, corrijam seus erros e, de uma vez, libertem Meng e assegurem que retornará à China sã e salva", acrescentou. EFE
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