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Macron volta a atacar Bolsonaro: "Não podemos deixar que destrua tudo"

26/08/2019 16h35

Biarritz (França), 26 ago (EFE).- O presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a atacar Jair Bolsonaro, o qual acusou nesta segunda-feira de "apoiar projetos econômicos nefastos para a floresta amazônica", e avisou que não permitirá que o governante brasileiro "destrua tudo".

Em entrevista à televisão pública "France 2" ao término da cúpula do G7 na cidade francesa de Biarritz, Macron alertou que a atitude de Bolsonaro fará com que o acordo de livre-comércio entre União Europeia e Mercosul não seja ratificado.

Macron reconheceu que não é possível considerar Bolsonaro responsável pelos incêndios florestais, mas ressaltou que o presidente brasileiro "apoiou projetos econômicos que são nefastos" para a Amazônia e "não foi claro sobre a reforestação".

"Respeitamos a sua soberania, mas no tema da Amazônia não podemos deixar que destrua tudo", declarou.

O presidente francês também admitiu que a Europa tem "uma parte de responsabilidade" no desmatamento da floresta porque importa muita quantidade de soja para a alimentação animal. No entanto, disse que trabalha na UE para recuperar "a soberania europeia" nesse aspecto, para que deixe de depender das importações americanas.

Na situação atual, Macron mantém a intenção de não assinar o acordo UE-Mercosul por considerar que Bolsonaro não cumpriu os compromissos com a proteção da biodiversidade.

"Não respeitou a sua palavra. No estado atual, não assinarei o acordo com o Mercosul", disse Macron, que afirmou que o texto pactuado após 20 anos de negociações não contém "garantias suficientes".

Macron destacou ainda que a piada feita por Bolsonaro no Facebook em relação à primeira-francesa, Brigitte Macron, "não é digna de um presidente".

"Eu sempre sou respeitoso com os meus colegas. O presidente Bolsonaro não faz o mesmo. O povo brasileiro é um grande povo. A atitude que ele teve com a minha esposa não é digna de um presidente. Acho que os brasileiros merecem outros comportamentos, e espero que tenham em breve", argumentou. EFE