Bolivianos fazem ato em homenagem a mortos durante protestos
Um grupo de pessoas vestido de preto caminhou nesta sexta-feira pelas ruas de La Paz, no Dia de Todos os Santos, lembrando os mortos nos confrontos na Bolívia por conta do resultado das eleições presidenciais.
A passeata teve início na Praça Humboldt, no bairro Calacoto, em La Paz, onde os manifestantes agitavam bandeiras bolivianas com fitas pretas sinalizando luto. Depois, os participantes caminharam silenciosamente como um sinal de respeito aos mortos.
"Estamos aqui de preto representando a dor que sentimos pela perda dessas vidas, pois toda vida perdida neste país é culpa de alguém", disse à Agência Efe, Patricia Tapia, uma das participantes do ato.
Todos fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos dois homens que morreram na última quarta-feira, em Montero, baleados durante distúrbios na cidade quando pediam a anulação das eleições, devido suspeitas de fraude eleitoral em favor do presidente Evo Morales.
Os mortos na cidade do leste do país são Mario Salvatierra, de 55 anos, e Marcelo Terrazas, de 41.
"Estamos aqui exigindo que primeiro esclareçam quem os matou, quem os enviou para matar nossos irmãos e que seja estabelecida uma punição", disse Tapia.
Mais tarde, moradores de áreas próximas se uniram ao ato pacífico, andando pelas ruas pedindo justiça pelas mortes e defendendo a anulação das eleições.
Além disso, rejeitam a auditoria que está sendo realizada desde ontem por uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Segundo as tradições da Bolívia, todo dia 1º de novembro, as almas dos mortos visitam o mundo dos vivos a partir do meio-dia. Seus familiares os esperam com comida, flores e diferentes massas que foram apreciadas pela "alma" em vida e se despedem ao meio-dia de 2 de novembro.
As mobilizações ocorrem no país desde que a oposição e movimentos cívicos denunciaram uma fraude na apuração dos votos a favor de Evo Morales, considerado vencedor do pleito pelos órgãos oficiais.
Os protestos violentos aconteceram em várias cidades bolivianas, com confrontos entre apoiadores e opositores de Morales, como também com as forças de segurança.
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