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Boko Haram usou mais de 200 crianças em ataques suicidas na Nigéria, diz ONU

Destroços resultantes de enfrentamento entre militares e Boko Haram na Nigéria, em 2013 - AFP
Destroços resultantes de enfrentamento entre militares e Boko Haram na Nigéria, em 2013 Imagem: AFP

Redação Central

25/07/2020 03h40

O grupo jihadista Boko Haram fez uso de pelo menos 203 menores de idade, a maioria meninas, para realizar ataques terroristas suicidas entre janeiro de 2017 e dezembro de 2019, revelou relatório da ONU sobre a Nigéria divulgado nesta sexta-feira.

"As crianças da Nigéria e países vizinhos seguiram sofrendo horrendas violações cometidas pelo Boko Haram", conforme apontou a representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Infância e os Conflitos Armados, Virginia Gamba.

O documento identificou, por um período de quase três anos, um total de 5.741 violações graves contra crianças, sendo mais comum o recrutamento (3.061) e o uso posterior em ataques suicidas com explosivos - 146 meninas e 57 meninos.

Ao todo, 1.385 dessas cooptações foram feitas pelo Boko Haram a partir de sequestros, conforme indica o relatório. Já cerca de 2 mil crianças foram recrutadas pela Força Tarefa Conjunta Civil, que apoia as forças de segurança nigerianas.

Além disso, pelo menos 1.133 menores de idade morreram ou foram mutilados no nordeste da Nigéria, por causa de ataques do Boko Haram, enquanto outros 280 tiveram o mesmo destino por consequência de ações das Forças de Segurança local.

Ainda há registro de casos de abuso sexual, prisão de crianças por suposta ligação delas ou dos pais com o grupo jihadista, ou a negação de ajuda humanitária.

Na última década, o Boko Haram e a antiga cisão do Estado Islâmico na província da África Ocidental, mataram mais de 27 mil pessoas e obrigaram cerca de 3 milhões a deixarem os locais em que viviam, segundo dados da ONU.