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EUA: Secretario chama China de 'ditadura frágil' após condenação de ativistas

Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo - MIKE SEGAR
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo Imagem: MIKE SEGAR

Secretario de Estado dos EUA

Da EFE, em Washington

31/12/2020 18h22

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, classificou nesta quinta-feira a China como uma "ditadura frágil" que não pode pretender ser uma "liderança global", após um tribunal do país asiático condenar a prisão 10 dos 12 ativistas de Hong Kong que tentaram fugir para Taiwan em agosto.

Pompeo, que deixará o cargo em 20 de janeiro juntamente com o presidente Donald Trump, criticou fortemente a sentença proferida ontem por um tribunal chinês que condenou os ativistas a penas de sete meses a três anos de prisão.

"Um regime que impede que seu próprio povo saia não pode desejar a grandeza e a liderança global. É simplesmente uma ditadura frágil, com medo de seu próprio povo", disse Pompeo em comunicado.

O julgamento dos chamados "12 de Hong Kong" marca a primeira vez que um tribunal da China continental julgou ativistas de Hong Kong envolvidos nas manifestações pró-democracia na cidade semiautônoma no ano passado.

O chefe da diplomacia dos EUA disse que o julgamento "expõe mais uma vez a brutalidade de Pequim, seu flagrante desprezo pelos tratados internacionais que assinou e seu desprezo pelos direitos do povo de Hong Kong".

"Os '12 de Hong Kong' que tentaram fugir da tirania mereciam boas-vindas como heróis no exterior, não uma captura, um julgamento secreto e sentenças de prisão", disse Pompeo.

"Os Estados Unidos condenam veementemente as ações do tribunal de Shenzhen e exigem a libertação imediata e incondicional dos 10 membros do grupo", acrescentou.

O Tribunal Popular do Distrito de Yantian, no sudeste de Shenzhen condenou na quarta-feira os dois organizadores da fuga a dois e três anos, e outros oito a sete meses de prisão por passagem ilegal da fronteira.

Os outros dois membros do grupo, que são menores de idade, aceitaram suas acusações na quarta-feira em audiência a portas fechadas e foram entregues à polícia de Hong Kong.

Durante os 130 dias em que ficaram sob custódia das autoridades, nenhum dos 12 puderam entrar e, contato com suas famílias ou representantes legais de sua escolha, e advogados contratados pelas famílias se recusaram a aceitar o caso após receberem ameaças das autoridades chinesas.

Os habitantes de Hong Kong foram presos quando tentaram fugir para Taiwan, acreditando que sua segurança estava em risco sob a controversa lei de segurança nacional que Pequim impôs a Hong Kong em junho.

Desde a entrada em vigor da lei - que prevê penas de prisão perpétua para casos de "secessão" ou "conluio com forças estrangeiras", entre outros casos - houve inúmeras operações policiais e prisões de vários ativistas proeminentes de Hong Kong.

Alguns optaram pelo exílio para tentar evitar represálias por atividades que, sob a nova legislação, poderiam constituir crimes.