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Cruz Vermelha busca acesso justo à vacina para 500 milhões de pessoas

Organização realizará campanhas de conscientização e informação e planos de logística, em uma estratégia que custará 100 milhões de francos suíços - Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo/Imagem ilustrativa
Organização realizará campanhas de conscientização e informação e planos de logística, em uma estratégia que custará 100 milhões de francos suíços Imagem: Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo/Imagem ilustrativa

04/02/2021 14h51

Genebra, 4 fev (EFE).- A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha (IFRC, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira um plano para facilitar o acesso equitativo à vacina contra Covid-19 para 500 milhões de pessoas, após denunciar que a atual distribuição global de doses está sendo "injusta" e coloca em risco a saúde de todos, incluindo os já vacinados.

A IFRC esclareceu que seu plano não envolve comprar doses diretamente de empresas farmacêuticas, mas sim colaborar com os governos para que aquelas já adquiridas ou recebidas por meio de programas humanitários como o Covax sejam também direcionadas a áreas de baixa renda, remotas ou com populações ainda relutantes em receber essas novas vacinas.

Para isso, explicou o secretário-geral da IFRC, Jagan Chapagain, a organização realizará campanhas de conscientização e informação e planos de logística, em uma estratégia que custará 100 milhões de francos suíços (cerca de R$ 596,4 milhões) e com a que visa amenizar a situação atual de distribuição desigual de doses no planeta.

De acordo com a federação, 70% das mais de 100 milhões de doses administradas até agora foram usadas em pessoas nos 50 países mais ricos do mundo, enquanto apenas 0,1% chegou a pacientes das 50 nações mais pobres.

"É preocupante não só porque é injusto, mas porque pode prolongar ou agravar a pandemia", alertou Chapagain, destacando que a distribuição desigual pode dar tempo ao coronavírus em se transformar em variantes resistentes às vacinas atuais, colocando em risco até mesmo as pessoas já vacinadas.

O secretário-geral afirmou que a Cruz Vermelha trabalhará não apenas para melhor distribuir as vacinas entre os diferentes países, mas também dentro do mesmo território nacional, para tentar chegar às comunidades isoladas ou marginalizadas.

"Nosso plano é garantir que as vacinas saiam das capitais e cheguem às comunidades vulneráveis, em risco e isoladas", afirmou.

A IFRC observou que mais de 60 sociedades nacionais da Cruz Vermelha estão colaborando com governos em campanhas de vacinação, um número que espera aumentar para 100 este ano.