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Israel e milícias de Gaza entram em imprevisível espiral de violência

12/05/2021 02h17

Jerusalém, 11 mai (EFE).- A espiral de violência entre milícias palestinas em Gaza e o exército israelense se intensificou nesta terça-feira, com ataques mútuos que causaram a morte de ao menos 30 palestinos e três mulheres em Israel.

A região metropolitana de Tel Aviv, uma das mais populosas de Israel, foi alvo hoje de 130 foguetes disparados a partir de Gaza, o que forçou a suspensão de todos os voos no Aeroporto Internacional Ben Gurion.

As Brigadas Al Qassam, a ala armada do movimento islâmico Hamas, havia advertido que abriria fogo contra Tel Aviv se Israel atacasse o notório edifício Hanadi, de 14 andares, na cidade de Gaza. O prédio, que abrigava escritórios de porta-vozes do Hamas e membros da classe política, foi bombardeado à tarde.

Outros edifícios receberam ordens de evacuação devido ao iminente bombardeio, incluindo o escritório do correspondente da Agência Efe em Gaza.

Desde a madrugada de segunda-feira, milícias palestinas dispararam mais de 600 foguetes em direção a Israel, atingindo especialmente a cidade de Ashkelon, onde duas mulheres foram mortas.

Cerca de 150 desses foguetes caíram dentro da Faixa de Gaza, e uma alta porcentagem foi interceptada pelo sistema de defesa antiaérea Cúpula de Ferro, de Israel.

O país, por sua vez, respondeu com mais de 500 bombardeios retaliatórios contra os alvos das milícias.

Sirenes dos ataques aéreos não pararam de tocar durante todo o dia nas comunidades israelenses próximas a Gaza, e os habitantes do enclave procuraram abrigo antes do bombardeio do exército israelense.

Além de bombardear as instalações das milícias, o exército realizou ataques direcionados contra membros do alto escalão das alas armadas do Hamas e da Jihad Islâmica, matando cerca de 20 milicianos.

Durante o dia, dezenas de caças atacaram milicianos para impedir o lançamento de foguetes e mísseis antitanque, e atingiram um túnel subterrâneo pelo qual uma unidade do Hamas tentou entrar em Israel, segundo Jonathan Conricus, porta-voz militar.

O exército também anunciou que havia aumentado a intensidade da retaliação, conforme previsto pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que advertiu o Hamas que receberia "um duro golpe".

MORTES.

De acordo com a imprensa local, as duas vítimas em Ashkelon eram uma idosa israelense idosa e sua cuidadora estrangeira. Os corpos foram encontrados sob escombros após um foguete ter atingido o prédio em que estavam.

"Esta campanha vai levar tempo. Com determinação, unidade e força devolveremos a segurança ao povo de Israel", declarou Netanyahu no final do dia, ameaçando diretamente os líderes do Hamas e da Jihad Islâmica.

A atual escalada de violência começou na segunda-feira com motins e protestos em Jerusalém que se espalharam pelas comunidades árabes em Israel, onde as manifestações voltaram a ganhar as ruas hoje.

Em Jerusalém, a presença da polícia era pequena na Cidade Velha e arredores, o que diminuiu a tensão, mas os agentes voltaram a patrulhar as proximidades da cidadela.

O exército também relatou um ataque a tiros contra soldados israelenses cometido por palestinos dentro de um veículo na Cisjordânia e que um dos atiradores foi morto.