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Ex-presidente panamenho nega ter recebido pagamentos indevidos da Odebrecht

27/05/2021 20h11

Cidade do Panamá, 27 mai (EFE).- O ex-presidente do Panamá, Juan Carlos Varela (2014-2019), negou nesta quinta-feira ter recebido "pagamentos indevidos" da Odebrecht, e assegurou que "mostrará a cara" para enfrentar o julgamento que o Ministério Público solicitou contra ele por lavagem de dinheiro ligado à construtora que financiou suas campanhas.

Varela, de 57 anos, é uma das 50 pessoas convocadas a julgamento pelo Ministério Público do Panamá por suposta lavagem de capitais ligados à construtora brasileira, uma lista que inclui também o ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014) e seus dois filhos, Ricardo Alberto e Luis Enrique, assim como ex-ministros e outros políticos.

Durante seu governo, segundo disse Valera em comunicado divulgado hoje, "nenhum pagamento indevido foi recebido da empresa Odebrecht, ou de qualquer empreiteira do Estado".

"Como as próprias investigações judiciais demonstraram, não há a menor indicação do pagamento de subornos ou qualquer prova que sugira a transferência de fundos indevidos para mim", acrescentou.

Mesmo assim, segundo o ex-presidente, "o Ministério Público decidiu manter as acusações pelas doações recebidas pela minha campanha eleitoral, apesar de terem sido comunicadas ao Tribunal Eleitoral, uma vez que foram permitidas pela lei em vigor e foram utilizadas inteiramente para custear as despesas eleitorais".

"Continuarei a defender meu nome perante os tribunais e a trabalhar para construir um Panamá mais justo, equitativo e decente", completou o ex-presidente panamenho em seu comunicado.

Por sua vez, a procuradora anticorrupção, Tania Sterling, disse ontem que o Ministério Público do Panamá tem "elementos suficientes para conseguir a condenação" das 50 pessoas que foram convocadas a julgamento pelo caso Odebrecht.

Sterling reconheceu que o processo é volumoso, uma vez que consiste em um expediente de 810 páginas, 22 anexos e um milhão de folhas, mas disse estar confiante que os tribunais atuarão o mais rápido possível.

"Temos de esperar que o Poder Judiciário faça a convocação, que é da sua responsabilidade. Estou certo de que o Poder Judiciário fará sua parte para que isso aconteça o mais depressa possível", destacou a procuradora.