Duque reconhece "dívida histórica" com população mais pobre da Colômbia
"Sabemos e entendemos que há dívidas históricas a saldar, que há muitas frustrações que sentimos como sociedade, mas encontraremos a solução trabalhando em equipe, olhando nos olhos uns dos outros, buscando construir, não destruir", disse Duque, em seu discurso perante o Congresso por ocasião do Dia da Independência.
Quando se referiu aos bloqueios de estradas e ações de vandalismo que levaram aos protestos de maio e junho, o presidente destacou que a sociedade colombiana deve deixar claro que as manifestações precisam ser pacíficas, pois "não há direito de interromper as oportunidades de vida dos outros".
"Os bloqueios não são barreiras; são cortes na vida, não garantem nenhum direito, apenas reforçam a ambição dos agitadores que querem se beneficiar do caos", disse Duque, acrescentando que permitir tais comportamentos leva à "anarquia".
Duque também fez uma referência geral à violência nas manifestações e, sem se aprofundar na brutalidade policial, disse que a força pública "está sujeita aos mais elevados padrões de direitos humanos e, portanto, ao mesmo tempo, nós os apoiamos, nós os fortalecemos e fazemos exigências".
O Ministério Público colombiano documentou pelo menos 21 mortes nos 50 dias de protestos, mas várias organizações de direitos humanos elevaram esse número para 84 e o informaram à missão da CIDH.
Após ressaltar que todos os membros da força pública devem estar comprometidos "com o respeito, garantir e proteger o protesto pacífico", o presidente afirmou que também devem "agir com força, usando todos os instrumentos da Constituição, para defender os cidadãos dos vândalos e terroristas".
"Esta é a razão pela qual iniciamos o Projeto de Transformação Integral da Polícia Nacional, com o qual estamos criando uma nova identidade para a instituição melhorar sua proximidade com os cidadãos, e com o qual também estamos fortalecendo a prevenção, a proteção e o respeito aos direitos humanos", afirmou.
Hoje, quando é comemorado o Dia da Independência na Colômbia, sindicatos e organizações sociais convocaram novos protestos e mobilizações em todo o país e anunciaram que apresentarão ao Congresso dez projetos de lei relacionados às suas demandas sociais.
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