OEA adverte que emigração venezuelana pode superar a síria em 2022
Segundo um relatório divulgado pelo Grupo de Trabalho da OEA para a Crise de Migrantes e Refugiados Venezuelanos, "se não houver uma solução política, econômica e social no curto prazo, a estimativa é que poderá haver mais refugiados venezuelanos do que sírios.
O documento detalha que, apesar das restrições de mobilidade impostas durante a pandemia de covid-19, "o número de migrantes e refugiados venezuelanos continua crescendo".
Antes da pandemia, cinco mil venezuelanos fugiam diariamente do país, mas o impacto da covid-19 motivou mais de 150 mil a retornarem aos locais de origem.
Entretanto, o estudo adverte que, de setembro de 2020 até o momento, cerca de 700 a 900 venezuelanos "fogem diariamente por vias irregulares: rotas marítimas ou trilhas perigosas".
"No final de 2021 ou no início de 2022, o número de refugiados venezuelanos poderá atingir os sete milhões", observa o documento.
De acordo com a investigação, os venezuelanos fogem diariamente por cinco razões principais: emergência humanitária complexa, violações dos direitos humanos, violência generalizada, colapso dos serviços públicos e colapso econômico.
Por países, a Colômbia é o principal destino desses migrantes, com mais de 1,7 milhão de pessoas no seu território, seguida por Peru (1,05 milhão), Estados Unidos (465 mil), Chile (457 mil) e Equador (431 mil).
O coordenador desse grupo de trabalho, David Smolansky, também venezuelano, afirmou em declaração que esta "é a maior crise de exilados da história da região, e assegurou que existem atualmente mais de 5,6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos.
Este número equivale a mais de 18% da população venezuelana, diz o relatório. Os sete milhões de migrantes e refugiados podem ser alcançados "se as fronteiras forem reabertas e a crise no país sul-americano se aprofundar", diz o comunicado.
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