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Preocupada com variante delta, Argentina quer agilizar aplicação de 2ª dose

05/08/2021 14h47

Buenos Aires, 4 ago (EFE).- O aumento do número de casos detectados da variante delta do novo coronavírus na Argentina aumenta a incerteza sobre o futuro da situação epidemiológica do país, enquanto começa a vacinação de adolescentes com comorbidades e avançam os estudos para combinar vacinas de diferentes laboratórios como medida contra a escassez da segunda dose do imunizante russo Sputnik V.

A província de Córdoba, no centro do país, é atualmente a mais afetada pela variante delta, após 14 casos registrados no final da semana passada, todos relacionados a um passageiro peruano que entrou no país no dia 19 de julho.

Na cidade de Buenos Aires, dois casos confirmados desta variante foram detectados sem qualquer vínculo epidemiológico com o viajante, e as autoridades locais estão conduzindo uma investigação para determinar a origem da cadeia de transmissão.

MAIS SEGUNDAS DOSES.

As autoridades sanitárias argentinas esperam aumentar a taxa de vacinação, especialmente a segunda dose para aqueles que ainda não receberam o cronograma completo, a fim de impedir a propagação da variante delta.

"Agosto deve ser o mês da segunda dose. É preciso reforçar esse conceito e dar um salto quantitativo o mais rápido possível diante da situação da variante delta", disse a ministra da Saúde, Carla Vizotti.

Ela acrescentou que as vacinas que estão sendo enviadas pelas farmacêuticas AstraZeneca e Sinopharm serão usadas especialmente para segunda dose, e que em relação à Sputnik V a estratégia é aumentar a produção local.

"A Argentina terá cerca de 3 milhões de vacinas produzidas em nosso país. A partir de segunda-feira teremos o primeiro milhão, e na quarta semana de agosto, com controle de qualidade, com certeza haverá 1,6 milhão ou 1,7 milhão de doses a mais. Também esperamos receber mais doses da Rússia", acrescentou a ministra.

A intenção do governo é priorizar a aplicação de segundas doses, principalmente na população de risco.

"Neste momento, é mais importante cumprir o esquema de vacinação de uma pessoa com mais de 50 anos de idade do que iniciar um esquema de vacinação de um adolescente saudável, do ponto de vista do risco de hospitalização ou morte", afirmou.

COMBINAÇÃO DE VACINAS.

Uma das possibilidades consideradas pelas autoridades é combinar vacinas de diferentes fornecedores. A opção, segundo Carla Vizzotti, tem o aval da comunidade científica.

"Há dados muito importantes que sustentam a teoria de que a combinação de vacinas pode até estimular mais nosso sistema imunológico e gerar mais anticorpos", alegou.

Enquanto isso, governos locais continuam avançando em seu plano de vacinação, e ontem começaram a ser vacinados adolescentes de 12 a 17 anos com fatores de risco na maior parte do território argentino, com o fornecimento das vacinas da Moderna que foram doadas pelos Estados Unidos.

Dados oficiais apontam que a população de jovens de 12 a 17 anos na Argentina é de aproximadamente 4,25 milhões de pessoas, e estima-se que entre 20% e 25% desse grupo tenha algum tipo de comorbidade.

O Ministério da Saúde prevê uma população-alvo inicial de 900 mil adolescentes, sendo necessário 1,8 milhão de doses para garantir o esquema vacinal completo.

Os adolescentes que terão prioridade na vacinação, segundo informações oficiais, são aqueles que sofrem de diabetes, obesidade grau 2, doenças cardiovasculares crônicas, desnutrição grave, doença renal crônica, doença respiratória crônica, doença hepática e portadores do HIV.

CAMPANHA DE VACINAÇÃO.

De acordo com dados oficiais, na Argentina, que tem população total de cerca de 45 milhões de habitantes, já foram aplicadas 32,9 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus, com 25,4 milhões de pessoas recebendo ao menos uma dose, e 7,5 milhões de pessoas a dosagem completa.