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Ex-general venezuelano detido ontem é levado para prisão em Madri

11/09/2021 00h10

Madri, 10 set (EFE).- O ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal Barrios, preso ontem em Madri e considerado o fugitivo mais procurado dos Estados Unidos por tráfico de drogas, foi levado nesta sexta-feira para a prisão Estremera, também na capital espanhola.

Carvajal, cujo paradeiro era desconhecido havia dois anos, entrou na mesma penitenciária em que esteve entre abril e setembro de 2019 por ter entrado em território espanhol com passaporte falso. Contudo, na época, a Audiência Nacional espanhola negou sua extradição por entender que os EUA o queriam por uma motivação política e determinou sua liberação.

Meses depois, a extradição foi finalmente aprovada, mas o ex-militar já havia desaparecido. Até que ontem voltou a ser detido por agentes de um grupo dos Fugitivos da Polícia Nacional, em colaboração com agentes da Administração de Controle de Drogas dos EUA (DEA). Ele estava em uma casa protegida por várias pessoas e, segundo fontes das forças de segurança, nunca saía do local.

O detido foi chefe da contra-espionagem militar da Venezuela sob os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Os Estados Unidos o acusam de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e colaboração com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para contrabandear drogas para o território americano.

A investigação para localizar o fugitivo começou após sua fuga em novembro de 2019 e, como resultado da troca de informações com a Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), a polícia espanhola recebeu informações sobre o possível paradeiro em uma casa na região central de Madri.

Agentes da Espanha e do escritório de ligação da DEA criaram uma operação para prendê-lo com base em um mandado de prisão de um tribunal espanhol, que foi executado ontem à noite. Os agentes tiveram que arrombar a porta, pois ela estava blindada, e a construção havia sido fortificada. A polícia espanhola destacou que o fugitivo estava no último quarto da resudÇebcua, onde ele se trancou com uma faca.

O preso admitiu que permaneceu na Espanha o tempo todo e que desde sua fuga havia mudado de esconderijo a cada três meses e vivia completamente enclausurado, sem sair para a rua, temeroso da disseminação pública de sua imagem.

Os agentes descobriram que Carvajal tinha pessoas que faziam suas compras e outros serviços para o ex-general. Ele relatou ter saído da área interna da casa uma vez, para ir ao terraço, à noite e disfarçado.

Ainda segundo as forças de segurança, o acusado havia sido submetido a uma cirurgia estética para modificar sua aparência e estava usando elementos de disfarce para facilitar sua ocultação, incluindo bigodes, barbas e perucas falsas, mas também para aparecer na imagem dos passaportes falsos que tinha obtido.

Fontes do judiciário disseram à Agência Efe que a defesa de Carvajal estava planejando pedir à Suprema Corte espanhola nas próximas horas para suspender o acordo com o qual o governo espanhol decretou sua entrega aos EUA em março do ano passado, depois que a Audiência Nacional a autorizou.

Os advogados já pediram para a Suprema Corte suspender a extradição, alegando que as acusações não eram verdadeiras e que o único objetivo de Washington era torturá-lo para obter informações sobre a Venezuela, mas foram negadas.

A Suprema Corte ainda não se pronunciou sobre o mérito do recurso interposto por Carvajal contra o acordo que ordena que ele seja entregue aos EUA, e seus advogados salientam que seria inútil extraditá-lo sem conhecer essa decisão.