Justiça manda apreender passaporte de Netinho de Paula por dívida
A Justiça paulista mandou apreender o passaporte do cantor Netinho de Paula em razão de uma dívida de cerca de R$ 100 mil com uma mulher que em 2001 sofreu constrangimentos ao participar do programa "Domingo da Gente", exibido pela Record.
Netinho era o apresentador, e a mulher havia ido ao programa a fim pedir ajuda financeira para uma cirurgia de transplante de rim de que a irmã necessitava.
De acordo com o processo, Netinho pressionou a mulher para que ela doasse o rim para a irmã.
Ele chegou a chorar diante da recusa da mulher, que dizia não poder ser afastar do trabalho para fazer a cirurgia, pois não tinha outra maneira de sustentar as filhas. Dizia, inclusive, ter receio de perder o emprego se concordasse em ser a doadora.
A mulher disse à Justiça que, em razão da "humilhação" sofrida no programa, passou a ser alvo de ofensa e agressões nas ruas. Ela acabou fazendo a cirurgia e perdeu o emprego.
Dívida nunca foi paga
Netinho foi condenado a pagar uma indenização, mas até hoje não o fez. No ano passado, ele chegou a sofrer uma penhora de cerca de R$ 83 mil. A dívida atualmente é de cerca de R$ 100 mil, incluindo multas, juros e correção.
O processo transitou em julgado em 2013, ou seja, ele não pode mais recorrer em relação ao mérito. Como insiste em não pagar o determinado, o juiz Marcos Gadelho Junior ordenou que a Polícia Federal bloqueie e apreenda o passaporte do cantor.
Na decisão, de 29 de novembro, o juiz afirma que, em caso de extrema necessidade de se ausentar do país, ele deverá fazer um pedido à Justiça em caráter excepcional.
O cantor se defendeu no processo afirmando que a doação do rim foi um ato voluntário e que ele não causou danos a ninguém. Afirmou que apenas se emocionou profundamente com a situação. "Qual foi a humilhação?", questionou sua defesa.
Ele declarou à Justiça ainda que, ao saber da demissão da mulher, procurou ajudá-la, conseguindo a ela uma proposta de emprego.
27 comentários
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Antonio Benedito Garcia
Caloteiro contumaz. Já se recusou a cumprir condenação da justiça do trabalho (indenização de sua empregada doméstica).
Marlus Berghahn Lima
hahahah quero ver andar no aeroporto igual um mala agora, ser desprezível!!
Edson Roberto Del Fiori Junior
Decisão facilmente derrubada porque dever não é crime, e por não ser um processo criminal, ninguém que não esteja nessa situação pode ter seu direito de ir e vir impedido.