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Japão volta a adotar restrições em meio a sua maior onda de casos de covid

19/01/2022 14h32

Antonio Hermosín Gandul.

Tóquio, 19 jan (EFE).- Tóquio e outras 12 regiões do Japão voltarão a adotar, a partir de sexta-feira, medidas restritivas para evitar contágios por covid, em meio a uma onda recorde de casos da variante ômicron em todo o país.

O governo do primeiro-ministro Fumio Kishida elevou nesta quarta-feira o nível de alerta sanitário na capital, em regiões vizinhas e outras áreas povoadas do Japão, o que permitirá que as autoridades locais implementem novamente restrições que afetarão principalmente empresas como bares e restaurantes.

"Esperamos frear a propagação do vírus com estas medidas concentradas", disse Kishida a jornalistas após uma reunião do governo na qual foi decidido declarar uma situação de "quase emergência".

Kishida falou sobre a estratégia de seu governo de aplicar restrições nas regiões com mais infecções. As medidas serão definidas pelas autoridades locais e consistirão, principalmente, em restrições de horários de abertura para os estabelecimentos citados e uma proibição de servir bebidas alcoólicas em alguns casos.

Essas restrições haviam ficado em vigor na capital até o final de setembro, quando foram revogadas após um declínio constante dos casos de covid-19 no Japão, até que a variante ômicron começou a se espalhar.

Desde o início de janeiro, o Japão vem sofrendo um pico sem precedentes de contágios atribuídos à propagação da ômicron, que chegou ao país apesar de o governo ter restringido ainda mais suas fronteiras desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre a nova variante.

O número de casos diários de covid ficou acima de 30 mil pela primeira vez desde o início da pandemia na última terça-feira, e hoje, de acordo com a emissora "NHK", o número é de cerca de 41,5 mil.

"Precisamos prevenir a propagação de infecções, devido a seu potencial para colocar o sistema de saúde sob grande tensão a curto prazo", disse Daishiro Yamagiwa, o ministro encarregado da gestão da pandemia, que também é hoje o titular da pasta de Revitalização Econômica.

A declaração de uma "quase emergência", feita após uma reunião entre o governo e sua equipe consultiva de saúde, dará aos governos regionais o poder de tomar as medidas que considerarem adequadas em cada caso.

As autoridades japonesas, que em nenhum momento durante a pandemia impuseram o confinamento obrigatório à população, também descartaram, por enquanto, a implementação de um sistema de pedir aos clientes de bares e restaurantes um certificado de vacinação ou um teste negativo para poder entrar nos estabelecimentos.

"Não creio que seja necessário limitar todas as atividades, mas sim se concentrar nos locais onde o risco é maior, por exemplo, reuniões de um grande número de pessoas (em restaurantes ou bares)", disse hoje o assessor médico chefe do governo sobre a pandemia, Shigeru Omi.

Ele também mostrou confiança de que o número de infecções diminuirá à medida em que avance a terceira dose de vacinação, que começou no mês passado com grupos populacionais prioritários.

As novas restrições começarão a ser aplicadas a partir de sexta-feira em Tóquio e em outras 12 regiões e é esperado que fiquem em vigor por cerca de três semanas. EFE