ONU tem reunião 'produtiva' com alto escalão do governo da Rússia

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, se reuniu em Moscou com integrantes do alto escalão do governo da Rússia, em tentativa de promover uma trégua humanitária na Ucrânia, em contatos classificados pelas Nações Unidas como "produtivos".

Entre outros, Griffiths esteve com os ministros russos das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, e da Defesa, Sergey Shoigu, segundo explicou o porta-voz da ONU, Farhan Haq.

O representante das Nações Unidas indicou que os contatos foram "produtivos", mas não deu detalhes, já que esperará que Griffiths repasse os resultados para o secretário-geral da organização, António Guterres, que solicitou a missão de mediação.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários tem programada participação nesta terça-feira, de maneira virtual, no Conselho de Segurança da ONU, em encontro sobre a Ucrânia.

O porta-voz da ONU explicou que o diplomata britânico tem previsto viajar para a Ucrânia, onde seguirá se reunindo com integrantes do governo local, com quem já está em contato. A data da visita, contudo, ainda não está confirmada.

A embaixadora do Reino Unido junto a ONU, Barbara Woodward, disse, durante outra entrevista coletiva, que espera que Griffiths vá para Kiev amanhã.

Na última segunda-feira, Guterres anunciou que havia solicitado ao subsecretário que explorasse "imediatamente" com Rússia e Ucrânia um possível acordo por um alto de cessar-fogo humanitário, em paralelo a mediação para encerrar a guerra, como a feita pela Turquia.

Até agora, a Rússia havia rechaçado qualquer papel da ONU como mediadora e, nas últimas semanas, criticou em várias ocasiões as manifestações de Guterres, que classificou a invasão da Ucrânia como grave violação à Carta das Nações Unidas.

Diante das dificuldades para intervir no plano político, a ONU centrou os esforços no campo humanitário, com a entrega de ajuda para a população e gestões para facilitar as evacuações de civis.

Na proposta de Guterres permitiria que fosse levada assistência para regiões que não estão sendo alcançadas, salvando assim, milhares de vidas.