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EUA registram o maior número de mortos por violência armada em 25 anos

10/05/2022 18h39

Washington, 10 mai (EFE).- A violência armada nos Estados Unidos bateu recordes e está nos níveis mais altos dos últimos 25 anos, de acordo com um relatório publicado nesta terça-feira pelos Centros de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

De acordo com este estudo, em 2020, primeiro ano da pandemia da covid-19, ocorreram 19.350 homicídios por arma de fogo nos EUA, 35% a mais que em 2019 e o nível mais alto do último quarto de século, segundo dados apresentados hoje pelo CDC.

O relatório não inclui dados de 2021, embora organizações como "The Gun Violence Archive" falem de um número mais elevado do que 2020: 20,6 mil mortes por armas de fogo no ano passado.

Os números são ainda maiores no caso de suicídios: segundo o CDC, 24 mil pessoas se mataram com arma de fogo em 2020. Número que o "The Gun Violence Archive" eleva para 24,1 mil no caso do ano de 2021.

Os ferimentos por arma de fogo são considerados, "tragicamente, um grave problema de saúde pública nos Estados Unidos", disse a vice-diretora do CDC, Debra Houry, durante entrevista coletiva para apresentar o relatório.

Como Houry explicou, 79% dos homicídios e 53% dos suicídios em 2020 ocorreram com armas de fogo.

Por grupos raciais, os homens negros têm a maior taxa de mortalidade por homicídio, enquanto os nativos americanos têm a maior taxa de suicídio.

Em qualquer caso, o Dr. Tom Simon, diretor associado do CDC e chefe da Divisão de Prevenção da Violência, advertiu que a pobreza está acima da raça como um fator influente nas mortes por armas de fogo nos Estados Unidos, sejam homicídios ou suicídios.

Embora também tenha lembrado que são as minorias raciais que vivem nas áreas mais pobres do país.

Simon explicou que o estudo não aprofunda os motivos dos homicídios e suicídios por arma de fogo em 2020, embora tenha admitido que entre as "múltiplas explicações" podem estar o estresse e as alterações provocadas pela pandemia, tais como isolamento social, problemas financeiros ou instabilidade doméstica.

A pandemia, afirmou, pode aumentar os efeitos de outros fatores, como as dificuldades econômicas, especialmente entre as comunidades mais pobres e com minorias raciais.

Sendo tratado como um problema de saúde pública, o CDC inclui em seu relatório medidas preventivas e políticas para tentar reduzi-lo, tais como a promoção de programas em que assistentes sociais comprometidos com as comunidades e em contato direto com elas ajudem a "curto-circuitar" essa violência. EFE