OPINIÃO
No Uruguai, alternância de poder. Aqui, 'é guerra civil'
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Chega a ser comovente, nos dias de hoje, a civilidade com que a direita uruguaia aceitou, dentro da regra democrática, a derrota para esquerda no domingo. Reinaldo Azevedo comenta o tema e a falta que nos fazem conservadores com o mesmo tipo de atitude (em vídeo).
Por aqui, no dia em que repercutiram novos áudios dando conta do desprezo pela democracia exibido pelos golpistas que queriam manter Bolsonaro no poder, o ex-presidente se utilizou de uma leitura particular de matéria do New York Times sobre o definhamento da Lava Jato para tentar desmoralizar o STF. Josias de Souza não compra a ideia. "Ele é um dos responsáveis pela desmoralização da Lava Jato, que começou a ruir no instante em que Moro aceitou um convite do Bolsonaro para ser ministro da Justiça do governo dele. Ali, foi só ladeira abaixo", diz o colunista ao UOL News.
Dora Kramer se dedica a desmontar outra tese que tenta justificar o perdão à tentativa de golpe: a de que os perpetradores eram apenas malucos. "Não há como a sociedade condescender nem aceitar a versão de que a culpa é da loucura alheia. Não cola. Se doidos há, por trás deles estão os dirigentes do hospício, delinquentes muito conscientes de sua orientação à guerra", escreve a colunista da Folha.
Para quem se espanta com como essas justificativas estapafúrdias para atenuar a truculência golpista conseguem sobreviver, recomendo a leitura da coluna de hoje de Juliano Spyer, que analisa pelo ângulo da religião a dinâmica da (des)informação. O título: "Igrejas são algoritmos e filtram notícias sobre a trama golpista".
- Reinaldo Azevedo: "Falta-nos uma direita que saiba perder eleições, como a uruguaia
- Josias de Souza: Na falta de defesa crível sobre golpe, Bolsonaro joga pelo tumulto
- Dora Kramer: Eles não são (só) doidos
- Juliano Spyer: Igrejas são algoritmos e filtram notícias sobre a trama golpista
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