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STF decide hoje se Bolsonaro e aliados viram réus por tentativa de golpe

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Imagem: Sergio Lima/AFP

Carolina Juliano

25/03/2025 06h01

A primeira turma o Supremo Tribunal Federal começa a analisar hoje a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Jair Bolsonaro e mais sete aliados por tentativa de golpe de Estado. O julgamento será dividido em três sessões. É a primeira vez que a Corte analisa uma denúncia contra um ex-presidente por atentar contra a democracia. A segurança do prédio do STF foi reforçada para o julgamento, haverá maior controle de acesso ao edifício, monitoramento do ambiente, policiamento reforçado e equipes de pronta resposta para emergências. Além de Bolsonaro, foram indiciados sete aliados: os ex-ministros Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o deputado federal Alexandre Ramagem, que à época era diretor da Agência Brasileira de Inteligência, e o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid. Bolsonaro não estará presente no STF. Ele e todos os denunciados negam ter cometido algum crime. Saiba mais.

Bolsonaro estará em voo entre SP e Brasília na hora do julgamento. Enquanto o STF decide se Jair Bolsonaro será transformado em réu, ele tenta demonstrar que não está preocupado e até a noite de ontem não tinha estratégia definida sobre como reagir à decisão. O ex-presidente passou o dia em São Paulo, onde participou de um podcast e esteve na companhia do governador do estado, Tarcísio de Freitas, mas não tinha a agenda definida para os próximos dias. Em Brasília, ele deve ser reunir com líderes do PL para discutir qual vai ser a narrativa utilizada pelo partido nos discursos no Congresso. Saiba como será o julgamento.

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STF suspende votações um dia antes de julgamento de Bolsonaro. Os ministros Nunes Marques e Luiz Fux suspenderam as discussões dos casos da deputada Carla Zambelli, por porte ilegal de arma, e da cabeleireira Débora Santos, que pichou a estátua da Justiça com batom durante os atos no 8 de janeiro. Os processos contra as duas bolsonaristas são analisados no plenário virtual da Corte e da primeira turma do STF e devem ser retomados em, no máximo, 90 dias. Os dois ministros pediram mais tempo para analisar os casos e só irão retomar as discussões depois do julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro. Saiba mais.

Julgamento de Zambelli no STF já tem 5 votos para condenação e perda de mandato. Antes de o ministro Kassio Nunes Marques pedir vista e interromper ontem o julgamento da ação penal contra a deputada Carla Zambelli no Supremo Tribunal Federal, o ministro Cristiano Zanin se juntou ao entendimento dos outros quatro colegas pela condenação e o placar passou a ser 5 votos a 0. O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, se posicionou a favor da punição e foi seguido por Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, além de Zanin. A discussão será retomada em até, no máximo, 90 dias. Se for condenada, Zambelli pode pegar 5 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial semiaberto, e perder o mandato parlamentar. Ela é julgada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma.

Governo Trump deixa vazar segredos militares dos EUA a jornalista. O editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, publicou ontem um texto em que relata um vazamento de informações confidenciais do governo dos Estados Unidos. O jornalista disse que foi incluído acidentalmente em um grupo de conversa no aplicativo Signal no qual eram discutidas ações de uma ofensiva contra os houthis, no Iêmen. O jornalista disse ter duvidado das informações no início, mas que percebeu sua gravidade à medida que os planos descritos começaram a se concretizar. Segundo Goldberg, as mensagens continham coordenadas, horários de ataque e discussões estratégicas que posteriormente foram confirmadas quando os bombardeios de fato ocorreram. Donald Trump declarou que não sabia do caso, mas a Casa Branca admitiu o vazamento das informações. Leia mais.


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