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EUA mantêm em observação 18 pessoas expostas a paciente com ebola

Paciente infectado permanece internado no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas - LM Otero/AP
Paciente infectado permanece internado no Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas Imagem: LM Otero/AP

Lisa Maria Garza e Marice Richter*

Em Dallas

01/10/2014 18h37

Especialistas de saúde estão mantendo em observação até 18 pessoas, incluindo crianças, que tiveram contato com a primeira pessoa a ser diagnosticada com o ebola nos Estados Unidos, informaram autoridades locais nesta quarta-feira (1).

A confirmação de que um homem que viajou da Libéria ao Estado norte-americano do Texas adoeceu com a febre hemorrágica levou as autoridades de saúde dos Estados Unidos a adotarem medidas para conter o vírus, que já matou pelo menos 3.338 pessoas na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Inicialmente, o paciente foi avaliado na sexta-feira passada e liberado do Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, com antibióticos, um grave incidente que pode resultar na exposição de outras pessoas ao vírus, segundo especialistas em doenças infecciosas.

O homem foi internado no domingo no mesmo hospital, onde está em estado grave, de acordo com uma porta-voz. O hospital alegou privacidade para não identificá-lo, mas a agência de notícias Associated Press diz que ele se chama Thomas Eric Duncan.

Cinco estudantes da região de Dallas estão sendo monitorados por causa da possível exposição ao ebola depois de terem tido contato com o homem no fim de semana, segundo autoridades da cidade. Um assistente de saúde do condado de Dallas diz que entre 12 e 18 pessoas estão sob monitoramento em função do possível contato com o paciente.

"Os estudantes não tinham nenhum sintoma, por isso as chances de eles transmitirem qualquer tipo de vírus é muito baixa", afirmou o superintendente do distrito escolar independente de Dallas, Mike Miles, em uma entrevista coletiva.

Miles disse que os cinco alunos foram à escola desde então, mas que agora estão em casa, e acrescentou que as escolas receberão profissionais de saúde adicionais e as aulas serão mantidas.

Autoridades do Texas declararam que os profissionais de saúde que cuidaram do paciente infectado testaram negativo para o ebola até o momento e que não há outros casos suspeitos no Estado. O governador do Texas, Rick Perry, declarou à imprensa estar confiante de que a doença será contida.

"As pessoas deste país podem ficar tranquilas porque temos a infraestrutura médica necessária para evitar uma propagação ampla do ebola", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, à rede de televisão CNN.

Quaisquer pessoas que possam ter tido contato com o paciente internado em Dallas serão monitoradas com atenção durante os próximos 21 dias, o tempo que os sintomas podem levar para surgir.

O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, Thomas Frieden, e outras autoridades reforçaram um pedido para que os funcionários de saúde sejam cuidadosos ao analisar pacientes com possíveis sinais do vírus no país.

O homem infectado não tinha febre nem sintomas do vírus quando partiu da Libéria rumo aos Estados Unidos via Bruxelas em 19 de setembro, de acordo com o governo liberiano.

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, primeiro especialista em saúde a encabeçar a instituição, afirmou que combater o ebola significa enfrentar a desigualdade, já que as pessoas de países pobres têm menos acesso ao conhecimento e à infraestrutura para tratar os doentes e conter a epidemia.

Várias companhias aéreas norte-americanas disseram estar em contato próximo com autoridades federais da saúde sobre as preocupações com o Ebola em viagens.

(* Reportagem adicional de Jon Herskovitz, em Austin, Texas)