Presidente sul-coreana não pode ser interrogada até 3ª-feira, diz advogado a procuradores
Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, não pode ser interrogada até terça-feira, como solicitaram os procuradores, disse o advogado da mandatária, que continua resistindo a pedidos para que renuncie devido a um escândalo de tráfico de influência que tomou conta de seu governo.
Park está sendo pressionada a deixar o cargo por conta de uma crise que envolve uma amiga íntima acusada de interferir em assuntos de Estado, e o principal partido da oposição pretende submeter uma moção de impeachment a votação até sexta-feira.
No sábado, centenas de milhares de sul-coreanos foram às ruas pelo quinto fim de semana consecutivo para pedir a renúncia de Park. Os organizadores disseram que a multidão chegou a 1,5 milhão de pessoas, e a polícia estimou o comparecimento em 260 mil participantes.
O advogado de Park, Yoo Yeong-ha, disse em uma mensagem de texto que a presidente teve que lidar com a "situação em ritmo acelerado" e que por isso houve pouco tempo para ela cooperar com os procuradores, que pediram para interrogá-la até terça-feira.
"É lamentável que a presidente não possa cooperar com o interrogatório face a face que os procuradores pediram até 29 de novembro", disse Yoo no comunicado.
Em vez de responder ao pedido dos investigadores atuais para questioná-la, Park, de 64 anos, irá se preparar para uma investigação de um procurador especial que deve começar em dezembro, conforme Yoo havia dito anteriormente, embora na sequência os procuradores tenham repetido sua solicitação para interrogar a líder.
A amiga de Park, Choi Soon-sil, e um ex-assessor foram indiciados no caso. Park foi citada como cúmplice em um inquérito que analisa se grandes empresas sofreram pressões indevidas para contribuir com dinheiro para fundações criadas para apoiar iniciativas da mandatária.
Park, cujo mandato de cinco anos terminaria em fevereiro de 2018, se desculpou duas vezes pelo caso, o que surtiu pouco efeito. Seu índice de aprovação caiu para meros 4 por cento em uma pesquisa semanal da empresa Gallup Korea divulgada na sexta-feira, um recorde negativo para qualquer presidente sul-coreano eleito democraticamente.
Em seu segundo pedido público de desculpas, feito no início deste mês, Park disse que ficará disponível para qualquer investigação, inclusive de um procurador especial, acrescentando que assumirá a responsabilidade se for considerada culpada.
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