Temer indica que sancionará renegociação dos Estados, reforça condições para adesão a regime
(Reuters) - O presidente Michel Temer reforçou nesta quarta-feira a posição do governo de que Estados em dificuldades financeiras só poderão aderir ao novo regime de recuperação fiscal se atenderem a certas condições, afirmando também que deve sancionar a lei aprovada pelo Congresso sobre o tema.
"No dia de ontem nós aprovamos na Câmara Federal, em caráter definitivo, um projeto que fez a repactuação das dívidas dos Estados com a União Federal, e lá... estabeleceu-se uma coisa que nós também criamos, que é a chamada recuperação fiscal", disse Temer em discurso durante evento no interior de São Paulo.
"Essa recuperação fiscal significa que os Estados em grandes dificuldades poderão pleiteá-la à União Federal, e a União Federal defere, ou indefere. E deferirá, ou seja, acolherá, um requerimento se forem cumpridas determinadas condições", acrescentou.
Falando a jornalistas após o evento, Temer disse que "é muito provável" que sancione o texto aprovado pelo Congresso.
"Minha tendência maior é não vetar, que daí teria que vetar a recuperação judicial (fiscal), que é uma criação nossa e foi aprovada ontem", disse o presidente. "É muito provável, é claro que eu tenho 15 dias pela frente, é muito provável que eu sancione."
Na rápida conversa com os jornalistas, Temer reforçou de novo a necessidade de contrapartidas para adesão ao regime de recuperação fiscal.
"Ora, no momento em que houver um pedido de recuperação fiscal nós vamos determinar que só se refere a recuperação se houver contrapartida, que tem de estar muito bem alinhavada."
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de renegociação das dívidas dos Estados, incluindo o novo regime, retirando uma série de contrapartidas do texto. Mas logo em seguida o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a palavra final para a adesão ao programa seguia com o governo federal.
MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA
Temer disse acreditar que a tramitação da reforma da Previdência, que já está no Congresso, leve um semestre e disse que deve apresentar em janeiro mudanças na legislação trabalhista.
"Muito proximamente vou lançar também a modernização da legislação trabalhista, eu creio que talvez no começo de janeiro eu lance a modernização, que... está sendo feita praticamente de comum acordo entre os sindicatos, centrais sindicais e o setor empresarial", disse a jornalistas.
Ao encerrar o discurso, o presidente afirmou estar certo de que, "com o apoio de todos, o Brasil será vitorioso daqui a dois anos".
(Por Alexandre Caverni, em São Paulo)
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