Guerra da China contra poluição do ar preocupa setor de commodities
PEQUIM (Reuters) - A repressão da China às indústrias poluidoras que fecharam ou cortaram a produção nesta semana, incluindo usinas de aço, fábricas têxteis e de cimento e usinas termelétricas a carvão, impactará os principais mercados de commodities até 2017.
Os governos regionais e de cidades fecharam milhares de fábricas no centro industrial da China, desde a província de Hebei, que circunda Pequim, até Shandong, a sudeste da capital, para combater a poluição que cobriu o norte do país durante cinco dias nesta semana.
Muitas plantas reabriram na quinta-feira, à medida que os ventos afastaram o ar poluído.
Mas fechamentos nessa escala podem frear uma produção melhor do que o esperado das commodities da China, prejudicando a demanda por matérias-primas, como minério de ferro e carvão, obstruindo as cadeias de suprimentos globais e levando a negócios moderados para a segunda maior economia do mundo no início de 2017.
"Isso representa sim um risco para os preços das commodities no curto prazo", disse o economista-chefe de commodities globais do HSBC na Austrália, Paul Bloxham.
Há poucos precedentes para 24 cidades chinesas emitindo alerta vermelho de poluição, o nível de advertência mais alto possível, mas o evento dessa semana atingiu os contratos futuros de commodities.
O minério de ferro para entrega em maio na Bolsa de Dalian acumulou uma queda de mais de 8 por cento nesta semana, o maior declínio semanal desde maio.
O vergalhão de aço teve uma queda acumulada de quase 11 por cento e caiu para a mínima de três semanas, a 2.992 iuanes (430,57 dólares) por tonelada nesta sexta-feira.
O carvão de coque industrial caiu quase 7 por cento, para a mínima de sete semanas de 1.634 iuanes por tonelada nesta sexta-feira.
(Por Josephine Mason e Muyu Xu)
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