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Taiwan diz que manterá relação calma com China, mas alerta para possível tensão em 2017

31/12/2016 13h27

Por J.R. Wu

TAIPÉ (Reuters) - A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, disse neste sábado que o país será “calmo” nas relações com a China, mas afirmou que as incertezas relativas a 2017 vão testar a ilha de administração própria e sua equipe de segurança, mesmo após ter se comprometido com a paz.

A China tem grandes reservas quanto a Tsai, que, de acordo com o governo chinês, quer pressionar pela independência formal da ilha, que a China considera uma província renegada.

Em coletiva de imprensa de fim de ano, Tsai afirmou que Taiwan é uma “nação soberana, independente”, repetindo seu mantra de governo. Ela afirmou estar aberta a conversas com a China, mas lembrou que os acontecimentos recentes não ajudam nas relações bilaterais.

“Mesmo com alguma incerteza, manteremos a paz e a estabilidade, enquanto esperamos encontrar novas possibilidades”, afirmou Tsai. “Isso vai testar a resiliência de todo o nosso time de segurança e do governo em geral.”

O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, causou reações negativas de China neste mês quando falou com Tsai por tolefone, o que causou incertezas do compromisso de sua administração com a política de “uma China” de Pequim.

O setor militar chinês ficou alarmado com o que vê como apoio de Trump a Taiwan, e está considerando adotar medidas para impedir a ilha de obter a independência, disseram fontes com laços militares.

As relações entre a China e Taiwan pioraram no mandato de Tsai, eleita em janeiro e que chefia o Partido Democrático Progressista, pró-independência.

Pequim quer que Tsai se comprometa com o princípio da “China única”, mas já se passaram sete meses de mandato e ela ainda não fez isso.