Oposição síria irá discutir somente cessar-fogo em conversas no Cazaquistão, diz porta-voz
Uma delegação da oposição da Síria enviada para as conversas de paz que acontecem na capital do Cazaquistão nesta segunda-feira (23) informou que irá debater apenas maneiras de salvar um cessar-fogo frágil mediado por Turquia e Rússia, que acredita ter sido violado principalmente por milícias apoiadas pelo Irã presentes em solo sírio.
O governo da Síria considera a maior parte dos grupos rebeldes esperados na conferência como "terroristas" com apoio no exterior, mas diz estar disposto a se envolver nas conversas com facções armadas que entregarem suas armas e participarem de acordos de reconciliação.
Os principais grupos rebeldes, reunidos sob a bandeira do chamado Exército Livre da Síria (FSA), rejeitaram estes termos, dizendo que seu objetivo é acabar com o governo do presidente sírio, Bashar al Assad, por meio de um processo de transição política endossado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
"Não entraremos em quaisquer discussões políticas, e tudo gira em torno do respeito ao cessar-fogo e da dimensão humanitária de se amenizar o sofrimento dos sírios sitiados e a liberação de detidos e a entrega de ajuda", disse Yahya al Aridi, porta-voz da delegação da oposição, à agência de notícias Reuters.
"O regime sírio tem interesse em desviar a atenção destes temas. Se o regime sírio pensa que nossa presença em Astana é uma rendição nossa, é uma ilusão", acrescentou.
A equipe de 14 membros não se posicionou sobre a realização de conversas frente a frente com a delegação governamental depois do início da conferência, afirmou ele, dizendo ainda que é provável que isso ocorra através de intermediários, como as conferências anteriores apoiadas pela ONU e realizadas em Genebra.
"Existem complicações quando você vai encarar aqueles que entraram em seu país e continuam a matá-lo, e um regime que não tem respeitado um cessar-fogo e que continua com sua política de destruição e matança de seu povo", disse.
O governo sírio vem negando há tempos o uso de sua superioridade aérea para bombardear civis em áreas controladas pelos rebeldes durante um conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas.
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