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Novo chefe da agência ambiental dos EUA diz que órgão pode ser também pró-empregos

21/02/2017 20h24

Por Timothy Gardner

WASHINGTON (Reuters) - O novo chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos disse nesta terça-feira que os EUA não precisam ter que escolher entre empregos e meio ambiente, num aceno para a indústria energética, no momento em que a Casa Branca prepara decretos, que poderiam vir ainda nesta semana, para reverter a regulamentação da era de Barack Obama.

"Eu acredito que nós como uma agência, e nós como uma nação, podemos ser tanto pró-energia e pró-empregos quanto pró-meio ambiente”, afirmou Scott Pruitt na sua primeira fala a funcionários. “Não temos que escolher entre os dois.”

Críticos da agência reclamam que regras implementadas pelo ex-presidente Obama mataram milhares de empregos no setor energético ao impor restrições às emissões de dióxido de carbono e limitar as áreas abertas à mineração do carvão e à exploração do petróleo.

Contudo, democratas, defensores do meio ambiente e muitos dos antigos e atuais funcionários da agência ambiental temem que a escolha de Pruitt pelo presidente Donald Trump sinalize um retrocesso nos avanços norte-americanos para tornar ar e água mais limpos e na luta contra as mudanças climáticas globais.

Pruitt processou a agência que ele agora comanda mais de uma dezena de vezes quando procurador-geral de Oklahoma contra normas ambientais federais e já manifestou dúvidas sobre as justificativas científicas relacionadas a mudanças climáticas.

Trump e Pruitt já expressaram dúvidas a respeito das mudanças climáticas, e Trump prometeu durante a sua campanha eleitoral retirar os EUA de um acordo global sobre o problema.

Na sua fala, Pruitt buscou um tom conciliatório, dizendo que iria “ouvir, aprender e liderar” e que ele valorizava a discussão civil e as contribuições dos funcionários de carreira.

Trump, segundo expectativas, deve assinar decretos com o objetivo de remodelar a política ambiental norte-americana, o que pode ocorrer ainda nesta semana, segundo o Washington Post.

Ele orientaria o Departamento do Interior a suspender a proibição de novos arrendamentos para mineração de carvão em terras federais e iria pedir que a agência ambiental aliviasse as restrições na emissão de gases de efeito estufa em serviços elétricos, segundo a reportagem.

Os decretos também exigiriam que a agência mudasse as regras em relação a águas que detalham que canais ficam sob proteção federal, de acordo com a reportagem.

A Casa Branca não respondeu de imediato a um pedido de comentários a respeito da matéria do Washington Post.

Pruitt foi confirmado pelo Senado na semana passada depois de sessões conflituosas que tiveram como foco o retrospecto dele como procurador do Estado de Oklahoma, produtor de petróleo e gás.

"Pruitt tem sido um agente da indústria de combustíveis fósseis por toda a sua carreira, e não há razão para acreditar que ele vai deixar de ser agora”, afirmou Tiernan Sittenfeld, dirigente de uma liga pela conservação.

Contudo, muitos parlamentares republicanos veem Pruitt como uma mudança renovadora no comando da agência que tem sido acusada por eles de regular para além do que deveria.

(Reportagem de Timothy Gardner)