Vários membros do Fed veem que alta dos juros nos EUA virá "muito em breve", mostra ata
WASHINGTON (Reuters) - Muitos membros do Federal Reserve, banco central norte-americano, disseram que pode ser apropriado aumentar os juros novamente "muito em breve", caso os dados de emprego e inflação estejam alinhados com as expectativas, mostrou a ata da mais recente reunião do Fed divulgada nesta quarta-feira.
O documento do encontro do início desse mês, quando o Fed votou por manter as taxas de juros, também mostrou a profundidade da incerteza no Fed diante da falta de detalhes sobre o novo programa econômico do governo do presidente Donald Trump.
"Muitos participantes expressaram a opinião de que pode ser apropriado aumentar a taxa juros outra vez muito em breve se a informação futura sobre o mercado de trabalho e a inflação estiverem em linha, ou mais forte, do que as expectativas atuais", informou o Fed.
Na semana passada, a chair do Fed, Janet Yellen, disse que esperar muito tempo para elevar as taxas novamente seria "insensato" e deu forte indicação de que o banco central permanece no caminho de considerar aumentar as taxas novamente.
Os preços das ações nos Estados Unidos caíram marginalmente após a publicação da ata e os rendimentos dos Treasuries dos EUA também recuaram.
Dezessete membros deliberam em cada reunião sobre a possibilidade de alterar a taxa de juros, embora apenas 10 deles tenham direito a voto.
Entre os membros com direito a voto, havia muito menos urgência de aumentar as taxas, com muitos vendo apenas "risco modesto" de que a inflação aumentaria significativamente e que o Fed "provavelmente teria tempo suficiente" para responder se surgissem pressões sobre os preços.
Em dezembro, o Fed previu aumentar as taxas três vezes em 2017 e até agora leituras robustas sobre a economia têm reforçado a confiança de muitos membros.
A ata mostrou ainda que continuava a incerteza sobre os planos econômicos da nova administração do presidente Donald Trump, com os membros do Fed aguardando detalhes para avaliar como as políticas afetariam as perspectivas econômicas.
"Os participantes novamente enfatizaram sua incerteza considerável sobre a perspectiva de mudanças nas políticas fiscais e outras políticas governamentais, bem como sobre o tempo e a magnitude dos efeitos líquidos de tais mudanças", trouxe a ata.
Trump anunciou planos para reverter regulações financeiras e implementar reduções de impostos, enquanto possíveis novos impostos sobre as importações e aumento de gastos com infraestrutura poderiam impulsionar a inflação.
Os membros do Fed observaram ambos os riscos e desvantagem para a economia de tais políticas e a maioria concordou que "algum tempo provavelmente seria necessário para que a perspectiva se tornasse mais clara".
O Fed tem lutado para aumentar as taxas de juros desde a Grande Recessão, depois que foram reduzidas para perto de zero. O aumento em dezembro passado foi somente o segundo feito desde 2006.
O comitê de política monetária do Fed se reúne de novo em 14 e 15 de março.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.