Escritório da ONU diz que julgamento israelense sobre morte de palestino foi "excessivamente leniente"
GENEBRA (Reuters) - O escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas disse nesta sexta-feira que uma sentença de 18 meses dada a um soldado israelense pela morte de um palestino ferido e desarmado foi "excessivamente leniente" e "inaceitável".
O soldado, que matou Abdel Fattah al-Sharif Elor com um tiro na cabeça após ele ser baleado e ficar incapacitado depois de realizar um ataque a faca em março de 2016, foi sentenciado a 18 meses de prisão na terça-feira. A sentença gerou irritação palestina após um dos julgamentos mais divisivos da história de Israel.
"Estamos profundamente perturbados com a sentença leniente dada pelo Tribunal Militar de Tel Aviv anteriormente nesta semana para um soldado israelense condenado por matar ilegalmente um palestino ferido em uma aparente execução extrajudicial de um homem desarmado que claramente não apresentava ameaça iminente", disse a porta-voz de direitos humanos da ONU, Ravina Shamdasani, durante entrevista coletiva em Genebra.
O assassinato tem pena máxima de 20 anos sob lei israelense, disse a porta-voz.
"Este caso arrisca prejudicar a confiança no sistema judiciário e reforçar a cultura de impunidade", disse Shamdasani. "Esta é uma cultura crônica de impunidade de que estamos falando."
Mais de 200 palestinos foram mortos por forças da segurança de Israel desde que o mais recente surto de violência começou na Cisjordânia em setembro de 2015, disse Shamdasani.
Segundo ela, o sargento Elor Azaria é o único membro das forças da segurança de Israel que foi levado a julgamento por tal ato.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, deve discursar no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra na segunda-feira no início de sua sessão principal anual, que dura até 24 de março.
Israel, apoiado pelos Estados Unidos, seu principal aliado, diz que o fórum de 47 Estados-membros é tendencioso contra o país por suas frequentes resoluções condenando assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada e suas práticas na Faixa de Gaza.
(Reportagem de Stephanie Nebehay)
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