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Para representantes dos EUA, falta de ação da Rússia permitiu ataque químico na Síria

AP Photo/Alex Brandon
Imagem: AP Photo/Alex Brandon

Sarah N. Lynch

09/04/2017 13h29Atualizada em 10/04/2017 08h34

WASHINGTON (Reuters) - Representantes do governo de Trump culparam, neste domingo, a falta de ação da Rússia por permitir um ataque de gás venenoso mortal contra civis sírios na semana passada.

O secretário de Estado Rex Tillerson deve ir a Moscou na quarta-feira para conversar com autoridades russas sobre o ataque de mísseis contra a Síria, ordenado pelos EUA em retaliação.

Tillerson disse que a Síria foi capaz de executar o ataque, que matou dezenas de pessoas, porque a Rússia não conseguiu cumprir um acordo de 2013 que previa tomar e destruir as armas químicas da Síria.

Ataque químico mata civis na Síria

AFP

O Conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca H.R. McMaster disse que os "patrocinadores" da Síria, a Rússia e o Irã, estariam permitindo que o ditador Bashar al-Assad mantivesse sua "campanha de assassinato em massa contra seus próprios civis".

'Fracasso da Rússia'

Tillerson disse no programa 'This Week', da rede norte-americana ABC, que "não houve mudança" na estratégia militar norte-americana na Síria.

"Acho que o verdadeiro fracasso aqui foi o fracasso da Rússia em cumprir seus compromissos em relação aos acordos contra armas químicas firmados em 2013", disse Tillerson.

"O fracasso ligado ao recente bombardeio e com o recente e terrível ataque com armas químicas, em grande medida, é um fracasso por parte da Rússia em manter seu compromisso com a comunidade internacional", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou ataques de mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria depois de culpar Assad pelo ataque químico que matou pelo menos 70 pessoas, muitas delas crianças, na cidade síria de Khan Sheikhoun. O governo sírio negou estar por trás do ataque.

'Estamos preparados para fazer mais'

Falando ao programa "Fox News Sunday", McMaster disse que os Estados Unidos irão tomar novas medidas na Síria, se necessário.

"Estamos preparados para fazer mais. De fato, estávamos preparados para fazer mais dois dias atrás", disse. "O presidente tomará a decisão que julgar ser a melhor para o povo americano".

O presidente russo, Vladimir Putin, e o iraniano, Hassan Rouhani, disseram em um telefonema que ações agressivas dos EUA contra a Síria não são aceitáveis e violam o direito internacional, disse o Kremlin.

Líderes russos apoiam "regime assassino"

McMaster disse que os líderes russos apoiam "um regime assassino", e que suas ações determinarão o futuro das relações EUA-Rússia.

"Eles querem que seja uma relação de concorrência e conflito potencial", disse McMaster, "ou eles querem que seja um relacionamento no qual possamos encontrar áreas de cooperação que sejam do nosso interesse mútuo?"

Tillerson esteve prestes a acusar a Rússia de envolvimento direto no planejamento ou na realização do ataque com armas químicas, e disse não ter visto "nenhuma evidência forte" para sugerir que Moscou fosse cúmplice de Assad na ação.

Mas ele disse que os Estados Unidos esperam que a Rússia adote uma posição mais dura ao repensar sua aliança com Assad, porque "cada vez que ocorre um desses horríveis ataques, aproxima a Rússia de algum nível de responsabilidade".