Indiciado, Bolsonaro receberá R$ 100 mil de dinheiro público ao mês em 2025

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) receberá, a partir de 2025, ao menos R$ 100 mil mensais em salários e aposentadorias, pagos com recursos públicos.

O que aconteceu

Atualmente, ele ganha R$ 95.609,67. Mas o valor será reajustado a partir do ano que vem e chegar aos R$ 100 mil.

Bolsonaro hoje recebe R$ 42 mil mensais do PL. Ocupa o cargo de presidente de honra do partido.

Pagamentos do PL para Bolsonaro são feitos com dinheiro público. O partido usa recursos do Fundo Partidário para custear o salário. Michelle Bolsonaro também recebe R$ 42 mil mensais do PL. Ex-primeira-dama ocupa o cargo de presidente do PL Mulher.

A partir do ano que vem, a expectativa é que Bolsonaro e Michelle passem a receber R$ 46 mil mensais do PL cada um. O presidente da sigla, Valdemar da Costa Neto, havia se comprometido a pagar ao casal Bolsonaro o mesmo salário de um deputado federal, que será reajustado para R$ 46 mil no próximo ano. Como o acordo com Valdemar não passa de uma promessa, o UOL não considerou o valor.

Ex-presidente também recebe R$ 53 mil em duas aposentadorias públicas. Como capitão reformado do Exército tem direito a R$ 12 mil mensais. Como deputado federal, R$ 41 mil. A partir de 2025, o valor será reajustado para R$ 46 mil.

Salário e aposentadorias de Bolsonaro somarão, portanto, R$ 100 mil mensais. Juntando o valor recebido por Michelle do PL, os rendimentos públicos do casal chegam a R$ 142 mil.

Valores são brutos e não incluem benefícios. Levantamento foi feito pelo UOL com base em dados públicos.

Indiciamento de Bolsonaro

O relatório da investigação de 884 páginas foi enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal). Na Corte, o documento vai para as mãos do ministro Alexandre de Moraes. Com o indiciamento, a PF apontou quais crimes os investigados teriam praticado a partir do conjunto de elementos reunidos ao longo da investigação.

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Pela primeira vez, um ex-presidente eleito no período democrático é indiciado como responsável por tramar contra a democracia no país. A reportagem tenta contato com a defesa de Bolsonaro, Braga Netto e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

As investigações apontaram que os indiciados se estruturaram por divisão de tarefas. Isso teria permitido a "individualização das condutas e a constatação da existência de grupos", segundo a PF.

Entre os grupos está o de desinformação e ataques ao sistema eleitoral e outro responsável por "incitar militares a aderirem golpe de Estado". Há também o núcleo jurídico, o operacional de apoio às ações golpistas, núcleo de inteligência paralela e núcleo operacional para cumprimento de medidas coercitivas.

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