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EUA revisam política sobre Irã e acusam país de "provocações alarmantes"

19/04/2017 20h52

Por Lesley Wroughton

WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, acusou o Irã nesta quarta-feira de "provocações alarmantes e contínuas" para desestabilizar os países do Oriente Médio, enquanto o governo Trump lançou uma revisão de sua política em relação a Teerã.

Tillerson disse aos repórteres que a revisão, anunciada nesta terça-feira, não só olharia para a conformidade do Irã com um acordo nuclear de 2015, mas também para seu comportamento na região que, segundo ele, minou os interesses dos EUA na Síria, Iraque, Iêmen e Líbano.

Suas palavras duras repetiram as do secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, que disse em uma visita à Arábia Saudita nesta quarta-feira que a influência desestabilizadora do Irã teria que ser superada para acabar com o conflito no Iêmen.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a revisão da política para avaliar se a suspensão de sanções relacionadas ao acordo nuclear era "vital para os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos", disse Tillerson.

Embora não existisse nenhum sinal de que o governo Trump pretendesse se afastar do acordo, Tillerson advertiu duas vezes que, se não for controlado, o Irã poderia se tornar uma ameaça como a Coreia do Norte, que também está sob pressão sobre suas ambições nucleares.

Em uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Paul Ryan, divulgada na terça-feira, Tillerson declarou que o Irã estava cumprindo seus compromissos no âmbito do acordo nuclear de 2015, mas havia preocupações sobre o papel de Teerã como patrocinador estadual do terrorismo.

Tillerson disse que o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências mundiais não conseguiu "alcançar o objetivo de um Irã não-nuclear e só atrasa seu objetivo de se tornar um estado nuclear".