Mais de 50 imigrantes africanos podem ter morrido no deserto do Saara
NIAMEY (Reuters) - Mais de 50 imigrantes africanos podem ter morrido em uma região do deserto do Saara no norte da Nigéria, nesta terça-feira, depois de serem abandonados pelos motoristas que os transportavam, disseram agentes humanitários e autoridades locais.
Um comboio de três picapes transportava mais de 70 imigrantes para o norte através do Saara rumo à Líbia --uma rota típica de moradores do oeste africano a caminho da Europa--quando os motoristas os abandonaram.
Entre os imigrantes, 23 sobreviveram depois de caminharem até uma cidade próxima em busca de ajuda, disse a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em um comunicado à imprensa nesta terça-feira, segundo o qual os sobreviventes são da Nigéria, Gâmbia, Costa do Marfim e do Senegal.
Uma autoridade local disse à Reuters que, dos 52 restantes, sabe-se que ao menos 15 morreram de sede, e tentativas feitas na segunda-feira para encontrar os remanescentes não tiveram sucesso. Não surgiram informações sobre suas nacionalidades de imediato.
"Os imigrantes foram abandonados a cerca de 50 milhas de Siguidine", disse Fatoumi Goudou, administrador do departamento nigeriano de Bilma, à Reuters.
Não ficou claro por que os motoristas abandonaram os passageiros, mas milícias rivais e militantes em busca de dinheiro muitas vezes detêm comboios de imigrantes e são um perigo constante para os contrabandistas.
Centenas de milhares de africanos pobres do oeste arriscam as vidas cruzando o Saara todos os anos para tentar chegar à Europa, espremidos na traseira de picapes e com poucas provisões para sobreviverem se algo der errado.
Segundo algumas estimativas, milhares morrem a cada ano – mais do que no mar Mediterrâneo, entre a África e a Europa.
(Por Boureima Balima)
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