Chefe da OEA pede sessão extraordinária para discutir crise na Venezuela
CARACAS (Reuters) - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu uma sessão extraordinária do organismo para discutir a crise política que a Venezuela atravessa nesta quinta-feira, um dia depois de manifestantes ligados ao governo invadirem o Congresso, dominado pela oposição, deixando vários deputados feridos.
Em uma carta ao brasileiro José Luiz Machado, presidente do Conselho Permanente da OEA, Almagro, um crítico ferrenho do governo venezuelano, solicitou a reunião "o mais rápido possível" e sugeriu a tarde da próxima sexta-feira como data possível.
Almagro e diversos países da América Latina e do mundo condenaram o ataque ao Parlamento com paus, pedras e fogos de artifício, que ocorreu uma semana depois de o presidente Nicolás Maduro ameaçar recorrer às armas se seu país for tomado pelo caos e pela violência.
A oposição venezuelana está nas ruas da nação petroleira há três meses protestando contra o que considera uma "ditadura". As manifestações, que às vezes acabam em enfrentamentos entre a força pública e jovens encapuzados, já deixaram 91 mortos.
O presidente de 54 anos, por sua parte, argumenta que os protestos só pretendem semear o caos para depô-lo.
Em meados de junho, em sua Assembleia-Geral em Cancún, a OEA fracassou na tentativa de emitir uma declaração formal condenando o governo de Maduro por seu manejo da crise política e econômica na nação sul-americana.
Mesmo assim seus membros prometeram continuar insistindo no tema até que a crise seja resolvida pacificamente na Venezuela, que sofre com uma inflação de três dígitos em meio a uma recessão econômica e uma escassez de alimentos e remédios.
(Por Diego Oré; reportagem adicional de Andreína Aponte)
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