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Alemães alertam para apatia com Merkel liderando para 4º mandato

24/09/2017 10h39

Por Paulo Carrel e Thomas Escritt

BERLIM (Reuters) - Os alemães foram instados a votar em uma eleição nacional neste domingo, em que um quarto mandato aparentemente seguro para a chanceler Angela Merkel corre o risco de ser ofuscado por um partido de extrema direita que entra no parlamento pela primeira vez em mais de meio século.

Depois do choque com o resultado das eleições do ano passado, com o voto da Grã-Bretanha para deixar a União Europeia e a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, muitos esperam que Merkel reúna uma ordem ocidental liberal machucada, lhe dando a incumbência de liderar uma Europa pós-Brexit.

Escrevendo no jornal de mercado de massa Bild e Sonntag, o presidente Frank-Walter Steinmeier alertou os alemães sobre deixar outros decidirem o futuro de seu país ao deixar de votar.

"Talvez nunca tenha estado tão claro que as eleições são sobre o futuro da democracia e da Europa", escreveu, em meio a pesquisas mostrando que até um terço dos alemães estava indeciso.

"Se você não votar, outros decidirão."

No sistema eleitoral proporcional da Alemanha, baixo comparecimento pode impulsionar partidos pequenos, como a alternativa anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD), dando a eles mais assentos com o mesmo número de votos.

Nas eleições regionais do ano passado, os conservadores de Merkel sofreram contratempos ao AfD, que se aproveitou do ressentimento em sua decisão de 2015 de abrir as fronteiras alemãs para mais de um milhão de migrantes.

Aqueles contratempos fizeram Merkel, a filha de um pastor que cresceu na Alemanha Oriental comunista, considerar se ela deveria concorrer a nova reeleição.

Mas com o assunto migração sob controle este ano, ela decidiu se jogar na campanha, se apresentando como uma âncora de estabilidade em um mundo incerto.

Visivelmente mais feliz, Merkel fez campanha com uma renovada convicção: determinar de reaparelhar a economia para a era digital, evitar futuras crises migratórias e defender uma ordem ocidental abalada pela vitória de Trump em novembro passado.

(Reportagem adicional de Thomas Escritt)