Colíder de partido de extrema-direita alemão AfD causa choque ao anunciar saída
Por Michelle Martin
BERLIM (Reuters) - Frauke Petry, colíder do Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), anunciou nesta terça-feira que está deixando o partido de extrema-direita, um grande golpe para a credibilidade da legenda meros dois dias após a conquista do terceiro lugar em uma eleição nacional.
O partido anti-imigração conquistou 12,6 por cento das urnas na votação de domingo, tornando-se o terceiro maior grupo do Parlamento e a primeira sigla de extrema-direita a obter assentos na legislatura desde os anos 1950.
Frauke, a figura mais destacada da ala moderada do AfD, já havia chocado outros membros de alto escalão dizendo na segunda-feira que não se juntará ao AfD no Bundestag (câmara baixa), mas que será um membro independente do Parlamento. Seu marido, outra figura de ponta do AfD, também está deixando o partido.
"Tentamos mudar de rumo, mas você tem que perceber quando chegou um ponto no qual isso não é mais possível", disse Frauke, uma química de 42 anos, aos repórteres em Dresden, cidade do leste da Alemanha. "Tenho cinco filhos pelos quais sou responsável, e no final das contas você tem que ser capaz de se olhar no espelho".
Frauke teve atritos com outros figurões da sigla, exortando o grupo a adotar um caminho mais moderado que lhe permita participar de um governo de coalizão.
Seu marido, Marcus Pretzell – líder do AfD na Renânia do Norte-Vestfália e membro do Parlamento Europeu – está deixando o partido e será tornará um parlamentar independente, disse um porta-voz da AfD no Estado do oeste alemão.
Segundo este, Pretzell e outro parlamentar do AfD na assembleia regional da Renânia do Norte-Vestfália que também está rompendo com o partido tomaram a decisão por razões de "integridade pessoal".
Na segunda-feira, quatro dos 17 parlamentares do AfD na assembleia de Mecklenburg-Vorpommern, Estado do leste do país, anunciaram estar partindo porque a legenda se tornou mais radical.
Os partidos de extrema-direita europeus têm um histórico de disputas internas entre suas várias facções. Na semana passada Marine Le Pen, líder da Frente Nacional francesa, perdeu seu vice devido a diferenças de opinião quanto às suas políticas.
Frauke foi o rosto mais reconhecível do AfD durante sua ascensão meteórica nos últimos dois anos, mas na segunda-feira afirmou que não pode estar em um "partido anarquista" que carece de um plano crível para governar.
Ela passou meses exortando seus correligionários a suavizarem sua postura e a se prepararem para se unir a governos de coalizão, enquanto outros queriam que o AfD se mantivesse na oposição. Os partidos tradicionais se recusam a trabalhar com o AfD.
(Reportagem adicional da Reuters TV, Hans-Edzard Busemann em Berlim e Matthias Inverardi em Duesseldorf)
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