Novo teste mais barato e mais rápido pode identificar Zika vírus, dizem cientistas
Por Sophie Hares
TEPIC, México (Thomson Reuters Foundation) - Um novo teste de soro com 'vareta' para determinar de forma rápida e barata se uma pessoa está infectada com Zika pode levar a melhor tratamento de saúde para mulheres com o vírus, que pode causar más-formações congênitas, disseram cientistas.
Tiras de papel – que podem ser usadas para testar até quatro subtipos de dengue, assim como Zika – também podem dar alerta precoce de disseminação de agentes patogênicos, disseram cientistas que exploram formas de vender a tecnologia.
Kimberly Hamad-Schifferli, professora associada de engenharia na Universidade de Massachusetts Boston, disse o processo é parecido com um teste de gravidez.
"Você mergulha isto numa solução com uma amostra humana e o fluido vaza – dois pontos significam que é positivo e um ponto significa que é negativo", disse à Thomson Reuters Foundation.
Projetado para uso em países em desenvolvimento, o objetivo é que o teste custe menos de um dólar por tira, acrescentou. O custo de laboratório é atualmente de cerca de 5 dólares.
A pesquisa, publicada no jornal Science Translational Medicine, envolveu mais de 50 cientistas. A pesquisa testou soro de pessoas na América Latina e Índia para determinar infecções de diversos vírus.
Os sintomas podem parecer muito similares na dengue, Zika e febre amarela, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, incluindo febre, dor de cabeça e dores nas juntas e músculos.
Mas mulheres grávidas infectadas com o Zika arriscam ter bebês com microcefalia, má-formação congênita que é definida por cabeças pequenas em bebês e que pode resultar em problemas de desenvolvimento e outras severas anormalidades cerebrais.
A epidemia do Zika que atingiu o Brasil em 2015 deixou milhares de bebês com problemas de nascença.
"Saber se estes testes são positivos ou negativos é muito importante para elaborar o curso de tratamento clínico", disse Lee Gehrke, professor no Instituto de Engenharia Médica e Ciência no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). "Isto simplifica a decisão e, acreditamos, leva ao melhor cuidado do paciente".
O MIT, cujos cientistas lideraram a pesquisa, está buscando patentear a tecnologia e obter aprovação regulatória para teste baseado em antígenos.
Cientistas disseram que foi provado que o teste não possui reação cruzada, o que significa que não indica um falso positivo para um vírus intimamente relacionado em vez do que estava sendo testado. O teste necessita de pouca habilidade técnica e pode ser usado no sangue, assim como amostras de soro, acrescentaram.
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