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Câmara dos EUA aprova reforma tributária, mas terá que votar projeto novamente

19/12/2017 20h53

Por David Morgan e Amanda Becker

WASHINGTON (Reuters) - Republicanos do Congresso dos Estados Unidos sofreram uma derrota de última hora nesta terça-feira na tentativa de aprovar a maior reforma tributária em 30 anos, devido à exigência de outra votação na quarta-feira, atrasando o que seria a primeira grande vitória legislativa deles sob o governo do presidente Donald Trump.

A Câmara dos Deputados, controlada pelos republicanos, aprovou o pacote de impostos na terça-feira à tarde, enviando o projeto ao Senado, onde uma autoridade da Casa determinou que três dispositivos da lei aprovada na Câmara não cumprem as complexas regras do Senado, disse o senador independente Bernie Sanders.

No início da noite, o projeto estava no Senado para que os três dispositivos fossem eliminados e então fosse votado. Se aprovado, o que é amplamente esperado, o projeto voltará à Câmara para outra votação na quarta-feira.

Os dispositivos em questão tratam do uso de contas de poupança educacional e doações universitárias privadas. A decisão da autoridade do Senado contra os dispositivos lançou uma ducha de água fria no que teria sido um dia de celebração para os republicanos.

O plano inclui acentuados cortes de impostos para corporações e contribuintes ricos, assim como cortes de impostos temporários para alguns indivíduos e famílias. O plano revoga uma seção do sistema de saúde Obamacare e permite exploração de petróleo no Refúgio Nacional da Vida Selvagem do Ártico, no Alaska, somente duas das diversas estreitas mudanças acrescentadas ao projeto para assegurar sua passagem.

Famílias de renda média terão um corte médio de impostos de 900 dólares no próximo ano, enquanto o 1 por cento mais rico dos norte-americanos terão um corte médio de 51 mil dólares, de acordo com o Centro de Política Fiscal, um think tank não partidário em Washington.

Com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, assistindo da galeria, a Câmara aprovou o projeto de lei por 227 votos a 203, superando a unida oposição dos democratas e 12 republicanos que votaram contra.

Republicanos insistem que o pacote irá impulsionar a economia e crescimento de empregos. Eles também veem a medida como essencial para manter suas maiorias na Câmara e Senado nas eleições de novembro.

Democratas dizem que o projeto de lei irá aumentar a diferença de renda entre norte-americanos pobres e ricos, enquanto acrescenta 1,5 trilhão de dólares durante os próximos 10 anos à dívida nacional norte-americana de 20 trilhões de dólares.

(Reportagem adicional de Susan Cornwel)