Turquia alerta EUA: cessem apoio a combatentes curdos ou arrisquem confronto
Por Tuvan Gumrukcu e Dahlia Nehme
ANCARA/BEIRUTE (Reuters) - A Turquia pediu nesta quinta-feira que os Estados Unidos cessem o apoio a combatentes curdos das milícias YPG ou arriscam entrar em confronto com forças turcas em solo sírio, em alguns dos comentários mais fortes de Ancara sobre um possível confronto com seu aliado da Otan.
Os comentários, feitos pelo porta-voz do governo do presidente Tayyip Erdogan, destacam as crescentes tensões bilaterais seis dias após a Turquia lançar uma operação na região de Afrin, no noroeste da Síria.
A mira da Turquia contra as YPG, que o país vê como uma ameaça à sua segurança, abriu uma nova frente na guerra civil Síria, que possui múltiplos lados.
Qualquer impulso de forças turcas em direção a Manbij, parte de um território tomado por curdos a cerca de 100 quilômetros a leste de Afrin, pode ameaçar planos dos Estados Unidos de estabilizarem o nordeste da Síria e colocá-las em confronto direto com tropas norte-americanas designadas na região.
“Aqueles que apoiam a organização terrorista irão se tornar um alvo nesta batalha”, disse o vice-primeiro-ministro Bekir Bozdag.
“Os Estados Unidos precisam revisar seus soldados e elementos dando apoio a terroristas em solo, de uma forma a evitar um confronto com a Turquia”, disse Bozdag, que também exerce a função de porta-voz do governo, à emissora A Haber.
Os EUA possuem cerca de 2 mil soldados na Síria, oficialmente como parte de uma coalizão internacional liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico. Washington enfureceu Ancara ao fornecer armas, treinamentos e apoio aéreo para forças curdas sírias que a Turquia vê como terroristas.
Um porta-voz da coalizão se negou a comentar sobre as afirmações de Bozdag.
Forças norte-americanas foram enviadas em março para Manbij e arredores para impedir que forças turcas e rebeldes apoiados pelos EUA entrassem em confronto, e também realizaram missões de treinamento na área.
O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu na quarta-feira para Erdogan reduzir a operação militar na Síria, informou a Casa Branca. No entanto, a Turquia contestou esta caracterização da conversa.
“O presidente Trump não compartilha quaisquer ‘preocupações sobre aumento da violência’ a respeito das operações militares em andamento em Afrin”, disse uma autoridade turca.
“A discussão dos dois líderes sobre a Operação Ramo de Oliveira foi limitada a uma troca de pontos de vista”, disse a autoridade.
(Reportagem adicional de Ece Toksabay, em Ancara; Ezgi Erkoyun, em Istambul; Tom Perry, em Beirute; Michael Nienaber e Andreas Rinke, em Berlim)
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